tag:blogger.com,1999:blog-26580257743242626852024-02-18T23:48:08.671-08:00LÍNGUA DE DOIDOA Revista Eletrônica Língua de Doido foi criada com o objetivo de auxiliar os estudantes em geral e esclarecer as dúvidas quanto ao extenso mundo vocabular da língua. O Dicionário de Internetês surgiu através de uma pesquisa que iniciou-se há muito tempo e é ainda efetuada. É o primeiro dicionário de internetês existente, e é atualizado semanalmente. O de Gírias não é o primeiro, mas é um dos mais completos encontrados na internet atualmente.Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15047627531808509564noreply@blogger.comBlogger63125tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-10743072533363160852013-01-07T09:23:00.001-08:002013-01-07T09:23:48.496-08:00Influência não se reduz a palavras bonitas <h2 style="background-color: white; clear: both; color: #646464; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-align: center; zoom: 1;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Professora da USP explica as bases e a origem da retórica, a arte de construir discursos capazes de tocar e convencer o outro</span></h2>
<div style="text-align: center;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,69799036,00.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,69799036,00.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Prof. da Universidade de São Paulo, Lineide do Lago Mosca fala sobre a história e as bases da retórica, a arte de se comunicar de forma influente (divulgação)</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="descricao" style="border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; clear: both; text-align: start; zoom: 1;">
<div style="color: #666666; line-height: 16.766666412353516px; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #0c0c0c; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18px;">No dia a dia, a palavra “retórica” virou praticamente sinônimo de boa lábia, recurso empregado por políticos, advogados ou marqueteiros para conquistar uma plateia. O termo, no entanto, tem uma abrangência muito maior: trata-se de uma disciplina, inventada ainda na Grécia antiga, que busca estruturar falas e linhas de raciocínio capazes de defender de forma efetiva e convencedora um conjunto de ideias. Essa arte não se resume ao uso de palavras requintadas, nem a um modo mecânico de proferir frases feitas. Para desmistificar o campo de pesquisa e reflexão da Retórica (essa, sim, com “r” maiúsculo) e os ingredientes de um discurso poderoso e influente, conversamos com a professora Lineide do Lago Mosca, do departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo e coordenadora do Grupo de Estudos de Retórica e Argumentação da USP. </span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
<strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"></strong></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><strong>As pessoas tendem, em geral, a associar o termo “retórica” a falas empoladas, discurso de político... Segundo a disciplina da Retórica — que faz parte do currículo de áreas como Letras e Direito —, quais as bases de um discurso eficaz e persuasivo? </strong></strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;">
<div style="text-align: justify;">
<strong><br /></strong></div>
</strong><span style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
A retórica não se restringe a técnicas de oratória, que ensinam simplesmente a falar bem. Seu conceito é muito mais abrangente, porque envolve também as ideias e o raciocínio de quem fala. Um discurso efetivo é estruturado em cima do modo de pensar e do repertório do indivíduo, da sua articulação de ideias, ou seja, a capacidade de dispor e conectar os argumentos, e a elocução, que se refere aos recursos na fala que melhoram as chances de que ela cumpra sua finalidade. O objetivo, em linhas gerais, é que a comunicação seja feliz, cumpra suas intenções diante do interlocutor. Não se trata apenas de falar bem, mas de escolher os meios que tornem o discurso eficaz. Estamos partindo do pressuposto de que não basta ter “o que” dizer. É preciso saber “como” dizer. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<strong>O visual e os gestos de quem discursa também contam bastante, não? </strong></div>
</strong><span style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem dúvida. Outro componente da retórica, para que o discurso seja eficiente, é o que chamamos de canalização, isto é, os elementos não verbais que ajudam o discurso a funcionar. Ela envolve a locomoção de uma pessoa pelo espaço, seus gestos, sua expressão facial... Outro aspecto importante para que o discurso exerça influência é o recurso da memória, que é o que entendemos por manter o fio da meada. Em outras palavras, conectar, ao longo da fala e de maneira lógica e clara, considerações sobre o passado e o presente. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<strong>Tem-se a impressão de que, ao longo do tempo, a retórica perdeu um pouco de valor na vida das pessoas comuns. Que impacto ela exercia no cotidiano das antigas civilizações ocidentais? </strong></div>
</strong><span style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na Grécia antiga (e mais em tarde entre os romanos), a retórica fazia parte da formação do cidadão. Isso porque a vida cotidiana não se separava da vida política. Os cidadãos recebiam aulas de retórica, até porque precisavam delas para defender suas ideias e opiniões nas assembleias e no meio de outros cidadãos. Era, portanto, uma disciplina que prestava um serviço para a vida em sociedade. Com o tempo houve uma redução dessa dimensão política para a maior parte dos indivíduos, que deixaram de ter acesso ou necessidade de recorrer aos elementos retóricos. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<strong>E qual seria o berço da retórica? </strong></div>
</strong><span style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As primeiras escolas de retórica surgiram na Sicília [atual Itália] sob a ideia de usar a força da </div>
<div style="text-align: justify;">
palavra para expulsar os constantes invasores da ilha. Depois as bases da disciplina foram levadas para a Grécia propriamente dita. Convencer pela palavra oferecia uma alternativa à guerra e ao emprego da força bruta, além de já estar atrelado aos preceitos que irão basear o Direito. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<strong>Pode-se dizer que a retórica se modernizou mais recentemente? </strong></div>
</strong><span style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No século 20 importantes estudiosos da retórica retomaram princípios do filósofo grego Aristóteles, que já havia discutido e estruturado em suas obras os pilares do discurso eficaz e influente. A escola da neoretórica, como ficou conhecida, também passou a lidar mais com a noção de controvérsia e de questionamento. Não se quer mais difundir verdades absolutas por meio do discurso, mas construí-lo em cima de perguntas e respostas, ou seja, de questionamentos, integrando aí diversas disciplinas do conhecimento. A retórica se desligou também do estilo floreado que a caracterizou até o século 19, o que ocorria inclusive por motivos políticos e de censura. </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<strong style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<strong>E o aspecto emocional do discurso, o dom de modular as emoções ao falar e tocar no ouvinte, qual seu papel na hora de persuadir alguém? </strong></div>
</strong><span style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aristóteles já destacava a emoção como um dos componentes da retórica ao lado do uso do raciocínio e da forma como é conduzido o discurso. Mas precisamos levar em conta que até mesmo a razão se organiza de acordo com as emoções. Acontece que qualquer informação que vamos dar a alguém é carregada de certa intenção ou sentido e é por isso que dizemos que não existe discurso neutro. O apelo emocional numa fala, porém, depende da sua dosagem e do seu contexto. O emocionalismo pode parecer sensacionalista e criar rejeição dos ouvintes. Temos de considerar que falar é agir sobre o outro, e que essa pessoa pode aceitar ou não o que verbalizamos. Isso envolve a credibilidade, a imagem e o poder de influência que construímos inclusive por meio desse elo emocional com o interlocutor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">SPONCIATO, Diogo. <b>Influência não se reduz a palavras bonitas</b>. GALILEU. Acesso em: 07/01/2013. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI324747-17771,00-INFLUENCIA+NAO+SE+REDUZ+A+PALAVRAS+BONITAS.html</span></div>
</span></span></div>
</div>
Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-89273351292411328142013-01-06T06:57:00.003-08:002013-01-06T06:57:46.241-08:00A ciência da boa lábia <br />
<h2 style="background-color: white; clear: both; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-align: center; zoom: 1;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Estudos mostram que brechas na maneira como pensamos podem ser usadas para convencer. Saiba quais são as estratégias mais certeiras para persuadir e aprenda a se defender de discursos manipuladores</span></h2>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,69799791,00.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,69799791,00.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #666666; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.78333282470703px; text-align: start;">Ilustrações: Tiago Lacerda</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; margin-bottom: 20px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Persuasão é coisa de político, marqueteiro e vendedor, gente com uma habilidade natural para seduzir, certo? Errado. Novos estudos revelam que a habilidade de convencer está impregnada em cada ser humano e teria, inclusive, contribuído para a evolução do nosso raciocínio. Mesmo que existam pessoas com o dom da lábia, técnicas de influência amparadas na ciência podem ser aprendidas por qualquer um. É o que afirma o Ph.D. em psicologia social Robert Cialdini, um dos maiores especialistas na área. Conheça a seguir essas táticas e entenda como e por que funcionam.</span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 20px; text-align: start;">
</div>
<div style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nossa mente evoluiu para argumentar e persuadir os outros, sustentam artigos recém-publicados pelos renomados cientistas cognitivos Hugo Mercier e Dan Sperber, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Eles analisaram diversos estudos que mostram como o pensamento coletivo resolve melhor que o individual uma ampla gama de questões. Na medida em que nossos antepassados desenvolviam a linguagem, dizem os estudiosos, eles tiveram de tornar essa capacidade de raciocinar em grupo mais eficiente para chegar a consensos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Basta uma rápida reflexão para perceber o quanto essa necessidade de persuadir está presente em nosso dia a dia. Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação). Ser bem-sucedido ou não nessas tarefas, mostram experimentos de psicologia social, não depende apenas de bons argumentos. Requer saber usar os chamados atalhos mentais, atitudes que, mesmo sem ter uma relação com a ideia que você tenta passar, fazem ela ser aceita com mais facilidade.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A investigação desses atalhos começa com os estudos do psicólogo e Prêmio Nobel Daniel Kahneman, que descreveu o mecanismo rápido de tomada de decisões do cérebro. Kahneman demonstrou que nosso pensamento segue padrões baseados na experiência. Quando percebemos, por exemplo, que produtos caros normalmente têm qualidade superior, fazemos uma associação automática na nossa mente. Depois disso, todas as vezes que olharmos para um produto caro, a tendência será pensar que ele é melhor, mesmo que nada mais indique isso. Esse tipo de pré-conceito mental entra em cena várias vezes durante uma argumentação. Se dissermos que a ideia que estamos passando é amparada por um Prêmio Nobel (como acabamos de fazer), aumentam as chances de você se mostrar mais receptivo a ela, mesmo que seja um absurdo — o que, vamos deixar claro, não é o caso aqui.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Esses pensamentos intuitivos foram batizados de Sistema 1 (ou associativo) e, embora não pareçam, são benéficos. Eles economizam energia e tempo cerebral. Imagine o caos se a gente fosse parar para pensar com calma a cada pequena decisão. O contraponto é o Sistema 2 (ou analítico), usado quando precisamos meditar por um tempo antes de agir. As estratégias de persuasão operam principalmente em cima do Sistema 1, tentando capturar o interlocutor sem que ele reflita demais sobre o assunto, e se valem do fato de que uma parte da nossa maneira de pensar não se guia apenas pela racionalidade.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 1.5em;">Um dos indícios disso é que a probabilidade de absorver ou não as mensagens de um interlocutor depende bastante de elementos que nada têm a ver com o que a pessoa diz. O psicólogo Albert Mehrabian, professor da Universidade da Califórnia, estabeleceu, depois de anos de pesquisas, uma regra clássica para mensurar como as mensagens são retidas. Segundo ele, 7% da chance de ter o discurso registrado se deve às palavras escolhidas, 38% às variações na entonação da voz e no ritmo da fala e 55% ao aspecto visual — gestos e expressões do rosto. “O que toca o outro é o comportamento não-verbal. Ele é útil para criar um canal de empatia, sem o qual fica muito difícil convencer alguém”, diz a fonoaudióloga Cida Coelho, doutora em psicologia social e professora do Centro Universitário Monte Serrat, em Santos.</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></strong></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><strong style="line-height: 1.5em;">A fórmula da persuasão </strong></strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</strong><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;">Entender esses elementos não-racionais que nos ajudam a convencer é o que faz possível aprender a ser mais persuasivo. “Décadas de estudos revelam que persuasão não é uma arte inata. Há hoje um corpo de evidências mostrando que existem maneiras eficazes de tornar nossa postura convincente”, diz Cialdini, que é professor da Universidade Estadual do Arizona e lançou recentemente no Brasil o livro As Armas da Persuasão. A obra reúne parte das investigações de quase 40 anos do pesquisador sobre os fatores que aumentam a predisposição de alguém a aceitar uma mensagem ou proposta. Cialdini agrupa os resultados de mais 300 pesquisas na área em seis categorias: reciprocidade, compromisso, aprovação social, afeição, autoridade e escassez (veja um resumo delas ao longo da matéria).</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Um dos princípios mais impactantes para convencer o outro é se mostrar simpático ou oferecer algo a ele. Se um motorista quer entrar na frente do seu carro e acena gentilmente, você vai negar passagem? Difícil, não? Um estudo clássico do psicólogo Dennis Regan, da Universidade Cornell, nos EUA, esmiuçou esse comportamento na década de 1970. No experimento, duplas foram convocadas a avaliar pinturas, só que um dos participantes era ator. Este pedia um favor ao outro voluntário: se ele podia ajudá-lo comprando umas rifas. No primeiro grupo de participantes, depois de um intervalo, o ator trazia ao companheiro um refrigerante; no segundo, não lhe dava nada. Regan percebeu que os indivíduos contemplados com a bebida compraram o dobro de bilhetes, a despeito de gostar ou não do ator. “Eles sentiram uma obrigação de retribuir”, diz Cialdini.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O preceito do “é dando que se recebe” abrange desde a sutileza de sorrir antes de solicitar algo até dar presentes. Uma pesquisa da Universidade de Toronto, no Canadá, revelou que todos os médicos que publicaram resultados positivos sobre um remédio para o coração haviam recebido viagens ou trabalhos do laboratório antes, enquanto só 37% dos cientistas que questionaram a droga haviam sido patrocinados de alguma forma.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 1.5em;">O mero contato com as farmacêuticas, e sua rotina de almoços e brindes, já seria capaz, segundo levantamentos nos EUA, de influenciar o que o doutor receita. E é por isso que se combate hoje a chamada “prescrição não-racional”.</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="640" src="http://edgblogs.s3.amazonaws.com/buzz/files/2012/11/GA_257_persuasao_1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="563" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #666666; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.78333282470703px; text-align: start;">Ilustrações: Tiago Lacerda</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 20px; text-align: start;">
</div>
<div style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<strong style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Maria vai com as outras </span></strong></div>
<div style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 1.5em;">Saber que a maioria das pessoas apoia uma ideia também nos faz mais propensos a aceitá-la, mesmo não havendo motivo racional para isso. É muito mais fácil ser convencido a incluir seu nome num abaixo-assinado se já há outros na lista. Esse é o efeito da conformidade, e ele parece mexer até mesmo com nossas percepções sensoriais, como aponta uma experiência do neuroeconomista Gregory Berns, da Universidade Emory, nos EUA. Ele pediu que um voluntário, sozinho em uma sala, comparasse formas geométricas na tela do computador e dissesse se eram iguais ou não. Mais tarde, a cobaia fazia o mesmo, mas acompanhada de outros quatro participantes, todos atores que davam respostas erradas de propósito. Na primeira parte do estudo, o voluntário acertava 90% das questões. Na segunda, o índice de acertos caía para 50%, mostrando o quanto a influência alheia repercutia na decisão. Ocorre que o voluntário tinha um scanner conectado à cabeça. “Pelas imagens notamos alterações em áreas do cérebro associadas à percepção visual quando ele estava na companhia dos atores”, conta Berns.</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;">A opinião dos outros parece moldar nossa crença a ponto de distorcer o que enxergamos de fato.</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;">A influência externa em nossas opiniões é ainda maior quando existe algum tipo de relação afetiva com quem se tenta convencer. É por isso que diversas empresas (no ramo dos cosméticos, por exemplo) se apoiam num time de vendedoras-amigas: elas levam novidades à casa das colegas imbuídas de um poder de convencimento muito mais emocional. Afeição também pode ser construída e não é à toa que lojas enviam cartões de Natal e vendedores buscam elementos em comum para conquistar o cliente — nacionalidade, time, religião. A aparência ou o modo como as pessoas nos veem também conta: pesquisas sugerem que tendemos a concordar mais com indivíduos que nos pareçam simpáticos, honestos e inteligentes.</span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O jeito de falar é outro fator determinante para construir a empatia e convencer. Segundo Cida Coelho, quatro atitudes estabelecem esse canal: o olhar — o olho no olho sugere confiança —, a altura da voz — tons mais graves passam credibilidade e os mais agudos, despreparo —, o ritmo da fala — rapidez dá sensação de ansiedade, enquanto a lentidão indica falta de conhecimento — e a articulação ou dicção, que é a clareza e a fluidez ao transmitir a mensagem. Seguir esses preceitos não significa virar um robô com a voz empostada. “Hoje se valoriza mais a naturalidade, até porque as pessoas costumam desacreditar em quem não parece natural”, diz Cida.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Até mesmo tocar alguém ajuda a convencer. Um estudo da Universidade do Sul da Bretanha, na França, usou uma atriz abordando pessoas num ponto de ônibus vazio. Ela pedia informações e depois simulava um tropeção, derrubando seus pertences. O teste foi feito de duas formas: com e sem um toque sutil no braço do desconhecido. Resultado: 63% dos indivíduos que não foram tocados ajudaram a atriz a pegar suas coisas, enquanto 90% dos agraciados com um toque fizeram esse favor à moça. O mesmo acontece na paquera ao encostar no braço ou joelho da parceira (só não vale grudar!)</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="http://edgblogs.s3.amazonaws.com/buzz/files/2012/11/GA_257_persuasao_2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #666666; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.78333282470703px; text-align: start;">Ilustrações: Tiago Lacerda</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://edgblogs.s3.amazonaws.com/buzz/files/2012/11/GA_257_persuasao_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></a></div>
<div style="background-color: white; color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; margin-bottom: 20px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 20px; text-align: start;">
</div>
<div style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<strong style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi ele quem disse </span></strong></div>
<div style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se você quer vencer um debate de ideias custoso, a saída é pedir ajuda aos universitários, ou melhor, filósofos, cientistas, literatos... Citar nomes e frases de gente famosa funciona porque os atalhos mentais nos levam a aceitar mais rapidamente a opinião de autoridades. “Nossa tendência é respeitar e até se encantar diante de alguém reconhecido por seus feitos”, diz Martha Hübner, professora do Instituto de Psicologia da USP. Repare como isso é usado nos anúncios publicitários: dentistas viraram garotos-propaganda de cremes dentais. O poder de influência da imprensa também não só é calcado na figura da autoridade, como a reforça. Dados colhidos nos EUA entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990 apontam que quando a posição de um expert sai no jornal The New York Times, ela provoca um deslocamento de 2% na opinião pública sobre o assunto; se a posição é defendida na TV, o impacto sobe para 4%.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 18px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aliás, já que falávamos em marketing, outro princípio persuasivo que recorre aos atalhos mentais é o da escassez: se você disser que a promoção acaba no próximo final de semana ou que são as últimas peças à venda, tenha certeza de que mais clientes baterão à sua porta. Num experimento com estudantes da Universidade do Estado da Flórida, nos EUA, a avaliação da comida da cantina do campus, normalmente ruim, melhorou quando eles foram informados de que o estabelecimento teria de fechar por duas semanas em razão de um incêndio. Os especialistas afirmam que associamos automaticamente a característica de ser raro ou escasso a um valor maior.</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 1.5em;">Outra linha de pesquisa sobre as técnicas persuasivas se debruça sobre nossa noção de compromisso. Se dissermos que faremos alguma coisa, sobretudo por escrito, nos sentimos na obrigação de cumprir a promessa. Em outro estudo clássico, este da Universidade de Indiana, americanos que responderam numa entrevista que concordariam em doar dinheiro para pacientes com câncer acabaram doando para valer quando, uma semana depois, funcionários de uma associação de combate à doença passaram por suas residências — o auxílio à campanha aumentou em 700% quando comparado à coleta sem as entrevistas anteriores. Quando o compromisso é de certo modo público (os voluntários expressaram que fariam uma doação), nos obrigamos ainda mais a ser coerentes.</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></strong></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><strong style="line-height: 1.5em;">Vai cair na rede? </strong></strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</strong><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;">As estratégias de convencimento já começam a ser atualizadas na era da internet. Um exemplo é a relativização dos argumentos de autoridade. “No mundo virtual se prioriza a opinião dos semelhantes”, nota Cialdini. Levantamento recente do instituto Deloitte confirma isso: 62% dos consumidores online nos EUA leem os comentários dos outros antes de comprar e 98% acreditam nessas opiniões.</span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 1.5em;">Pesquisas preliminares também mostram que o poder de convencimento tende a se manter igual na internet, mas só no caso dos homens. Num experimento de bate-papo online versus convencimento pessoal, a psicóloga Rosanna Guadagno, diretora do Programa de Psicologia Social da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, observou uma diferença considerável entre as mulheres. “O contato cara a cara teve um impacto maior entre elas, porque possuem uma maior necessidade de estabelecer conexões, algo comprometido pelo distanciamento imposto pelo computador”, explica. Rosanna avalia agora de que forma os contatos no Facebook repercutem nas influências da vida real. É provável que, antes de pedir um favor pessoalmente, valha a pena curtir um post do camarada.</span><span style="line-height: 1.5em;"> </span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></strong></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><strong style="line-height: 1.5em;">Coisa do diabo? </strong></strong></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</strong><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;">Nos últimos anos, marqueteiros e grandes corporações têm usado e abusado desses atalhos mentais para aumentar as vendas e motivar funcionários a fazer o que os chefes desejam. Talvez por isso não seja raro pessoas persuasivas serem vistas como manipuladoras e arrivistas. Chega a ser irônico, já que a retórica, disciplina que visa à construção de um discurso eficaz e influente, nasceu com propósitos mais nobres na Grécia antiga. “A ideia era usar a força da palavra para convencer e expulsar os invasores da ilha da Sicília, oferecendo uma alternativa à guerra”, conta Lineide do Lago Mosca, professora de Letras Clássicas e Vernáculas da USP. Aliás, técnicas persuasivas continuam sendo empregadas com propósitos éticos. É o caso de profissionais da saúde. “Interessa-nos usar estratégias que maximizem as chances de convencer o paciente a sair da cama, se livrar do medo de uma cirurgia ou aderir a um tratamento”, exemplifica Martha.</span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;"><span style="line-height: 1.5em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“A persuasão é uma ferramenta que pode ser usada com boas ou más intenções. E é importante conhecer suas táticas inclusive para se defender de pessoas que as utilizam de maneira antiética”, diz o Ph.D. em comunicação John Seiter, da Universidade do Estado de Utah, nos EUA. Embora compreender seus mecanismos e treiná-los possa nos deixar mais convincentes e atentos a tentativas de manipulação, essas estratégias, sozinhas, não fazem mágica. Sem referências, ideias e bons argumentos, não há técnica que resista. “Habilidades como erudição e negociação são relevantes, mas o discurso precisa ter sustância, sob pena de ser encarado como picaretagem”, diz a psicóloga Ana Cristina Limongi-França, da Faculdade de Economia e Administração da USP. É aquela velha história dos políticos de frases vazias. E eles, você há de concordar, já não convencem mais ninguém, não é mesmo?</span></span></span></div>
<span style="color: #0c0c0c; line-height: 1.5em;">
</span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="640" src="http://edgblogs.s3.amazonaws.com/buzz/files/2012/11/GA_257_persuasao_3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="560" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #666666; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.78333282470703px; text-align: start;">Ilustrações: Tiago Lacerda</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://edgblogs.s3.amazonaws.com/buzz/files/2012/11/GA_257_persuasao_3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></a></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 20px; text-align: start;">
</div>
<div class="subTitulo" style="zoom: 1;">
<div style="color: black; line-height: 16.78333282470703px; text-align: justify;">
<span style="color: #ef0042; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">15 truques para convencer melhor (ou 15 alertas para não cair na lábia dos outros)</span></span></div>
<div style="color: black; line-height: 16.78333282470703px; text-align: justify;">
<span style="color: #ef0042; font-style: italic; font-weight: bold; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>1.</b></span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> </span><span style="line-height: 16.78333282470703px;">Antes de pedir um favor ou iniciar uma conversa penosa, sorria e faça elogios ao interlocutor. Só não exagere na dose para não soar artificial.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 16.766666412353516px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>2</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Imite gestos e expressões faciais e verbais do seu colega. Pesquisas demonstram que copiar o parceiro de conversa, sem bancar o mímico, claro, aumenta a chance de persuadi-lo. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>3.</b></span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Traga lembrancinhas das férias, curta um status no Facebook, ofereça uma carona... </span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;">Presentes e favores criam para o beneficiado uma necessidade de retribuir a gentileza.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> </span></span></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;">
</span></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>4</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Numa discussão com um chefe ou interlocutor difícil de lidar, introduza suas objeções fingindo aceitar as proposições dele. Exemplo: “Eu concordo com isso, mas também temos que considerar...”. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>5</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Busque elementos em comum, como time de futebol, preferência musical, nome e origem, para estabelecer uma maior intimidade. A afinidade garante mais sucesso nos pedidos e debates. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>6.</b></span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Se você quer convencer alguém de que X supera Y, aponte as qualidades de X, mas ressalte sobretudo os defeitos de Y. Há indícios de que nosso cérebro guarda melhor aspectos negativos de uma pessoa ou produto. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>7</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Ao defender uma tese, não perca tempo elencando mil argumentos. Tenha foco e dê subsídios para os principais. Isso evita a impressão de que você tem conhecimento superficial do assunto. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>8</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Nada de recorrer demais a “hmm...”, “deixe-me ver...” e expressões que denotam hesitação e incerteza. A fluidez do discurso é importante para que ele cole. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>9</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Sempre dê motivos. Um estudo mostrou que a chance de você conseguir furar a fila apresentando uma razão (“Posso passar na frente porque estou com pressa e minha mulher está no carro?”) é maior do que se simplesmente você pedir (“Posso passar na frente? Tenho pressa!”). </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>10.</b></span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Numa discussão, coloque-se sempre como superior ou use informações de foro privilegiado. Exemplos: “Sei disso porque morei em Londres...” ou “Então, uma prima que morou em Londres disse...”.</span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>11</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Jamais entre numa discussão cansado. O cérebro demanda muita energia. Ao ficar extenuado, multiplica o risco de se embolar e ceder. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>12</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Se você quer de fato convencer alguém a fazer algo, certifique-se de selar o compromisso por escrito. Há evidências de que o comprometimento por meio de um e-mail ou bilhete tem maior chance de ser cumprido. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>13</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Se quer que lhe façam um favor e suspeita que vão recusar, comece pedindo algo mais difícil. Exemplo: você precisa de R$ 10, mas pede primeiro R$ 30. Caso o interlocutor negue, você questiona se não teria pelo menos uns R$ 10. É alta a chance de a rejeição virar um “sim”. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>14.</b></span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Aparência faz diferença. Pesquisas indicam que o jeito de vestir e a adequação ao contexto elevam a confiança em quem profere o discurso. </span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 16.78333282470703px;"><b>15</b>.</span><span style="line-height: 16.78333282470703px;"> Nas discussões mais complexas, aprenda com o filósofo alemão Arthur Schopenhauer: procure expandir ou generalizar as ideias do interlocutor para encontrar brechas nelas ou invalidá-las. E faça com que ele concorde com cada um dos seus argumentos antes de arrematar. Essa tática o força a aceitar sua conclusão.</span></span></span></div>
<span style="color: black; line-height: 16.78333282470703px;">
</span></div>
<div style="color: #0c0c0c; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #0c0c0c; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #0c0c0c; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #0c0c0c; font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Tahoma, sans-serif; line-height: 1.5em; text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">SPONCIATO, Diogo. <b>A ciência da boa lábia.</b> GALILEU. Acesso em: 03/01/2013. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI325160-17579,00-A+CIENCIA+DA+BOA+LABIA.html.</span></div>
</div>
Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-38988137108821120202013-01-05T09:28:00.000-08:002013-01-05T09:28:49.043-08:00Evolução do cérebro está ligada à prática de exercícios<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; font-weight: bold; line-height: 18px;">Atividade física tornou o homem mais inteligente</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; font-weight: bold; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://oglobo.globo.com/in/7168568-09e-fa5/FT500A/2012122811135.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="http://oglobo.globo.com/in/7168568-09e-fa5/FT500A/2012122811135.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: left;">Pintura rupestre de guerreiro da pré-história, <br />do povo san, da África do Sul - </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: left;">Latinstock</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: left;"><br /></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Quem descartar a meta de exercitar-se mais</span><span style="background-color: white;"> </span>em 2013, considerando-a uma promessa impossível, deveria antes considerar uma teoria sobre a evolução humana que angaria cada vez mais adeptos na comunidade científica. Esta tese sugere que nossa inteligência hoje se deve, em parte, ao fato que, milhões de anos atrás, nossos ancestrais podiam fugir e correr distâncias maiores do que grande parte dos outros mamíferos. Ainda de acordo com esta hipótese, nosso cérebro foi moldado e se tornou mais apurado pelo movimento, e até hoje demanda atividades físicas para funcionar adequadamente.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O papel da resistência física no desenvolvimento da Humanidade intriga antropólogos e faz parte da imaginação popular há muito tempo. Em 2004, os biólogos evolutivos Daniel Lieberman e Dennis Brambel, respectivamente das universidades de Harvard e Utah, publicaram um artigo na revista “Nature” intitulado “A corrida de resistência e a evolução do Homo”, em que conjecturam que nossos ancestrais bípedes sobreviveram se tornando atletas de resistência, capazes de derrubar presas mais rápidas por pura teimosia, correndo e as caçando até terem sucesso.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></strong></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Perpetuação dos genes</span></strong></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A resistência resultou em mais alimentos, produzindo energia para o acasalamento, o que significa que os primeiros corredores passaram adiante seus genes. Dessa forma, a seleção natural tornou o homem pré-histórico cada vez mais atlético, segundo Lieberman e outros cientistas. Seus corpos desenvolveram pernas mais longas, dedos menores, menos cabelos e complexos mecanismos de audição, funções que colaboraram na manutenção do equilíbrio e da estabilidade. Os movimentos, então, moldaram o corpo humano.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao mesmo tempo, em um desenvolvimento que, até recentemente, muitos cientistas não viam como relacionados à atividade física, o homem se tornou mais inteligente. Seu cérebro aumentou rapidamente de tamanho.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, segundo antropólogos, o homem tem um cérebro aproximadamente três vezes maior do que outros mamíferos de tamanho semelhante ao nosso.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Cientistas evolucionistas atribuíram este crescimento do cérebro a fatores como o consumo de carne e, talvez ainda mais importante, ao fato de que nossos primeiros ancestrais dependiam da interação social. O homem pré-histórico precisava planejar e executar caçadas em grupo, o que demandava pensamentos complexos que, quando bem-sucedidos, resultavam em uma recompensa. De acordo com esta hipótese, a evolução do cérebro foi uma consequência da necessidade de pensar.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora, no entanto, os cientistas sugerem que a atividade física também teve um papel crucial no crescimento do cérebro.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para chegar a esta conclusão, os antropólogos analisaram dados já existentes sobre o </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">tamanho do cérebro e a capacidade de resistência em vários mamíferos, como cachorros, porcos, raposas, camundongos, lobos, ratos, gatos e ovelhas. Notaram, assim, que havia um padrão. Espécies como cachorros e ratos, com uma capacidade de resistência grande e inata provavelmente desenvolvida ao longo de milênios, também contam com um grande volume cerebral, comparado ao tamanho de seus corpos.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os pesquisadores também conferiram experimentos recentes em que camundongos e ratos foram sistematicamente submetidos a corridas de longa distância. Animais criados em laboratório que corriam voluntariamente, quando postos para cruzar, geraram filhotes corredores de boa qualidade.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Após muitas gerações, esses animais começaram a desenvolver de forma inata altos níveis de substâncias responsáveis pelo crescimento de tecidos e com boa repercussão na saúde, incluindo uma proteção chamada fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, na sigla em inglês). Estas substâncias são importantes para a performance de resistência.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O que isso significa, segundo David Raichlen, antropólogo da Universidade do Arizona e autor de um novo artigo sobre a evolução do cérebro humano, que será publicado na edição deste mês da revista “Proceedings of the Royal Society Biology”, é que a atividade física pode ter ajudado a tornar o homem ainda mais inteligente.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">— Acreditamos que nossos ancestrais caçadores-coletores mais atléticos e ativos sobreviveram e, como os camundongos de laboratório, passaram suas características fisiológicas ligadas à melhoria da resistência, incluindo níveis elevados de BDNF — explicou. </span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">— Eventualmente, estes primeiros atletas acumularam tanto BDNF em seus corpos que ele migrou dos músculos para o cérebro, onde provocaram o crescimento do tecido cerebral.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></strong></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Exercício apura habilidades mentais</span></strong></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O homem pré-histórico, então, aplicou sua crescente habilidade para o pensamento e a razão em melhores técnicas para conseguir suas presas, aumentando a disponibilidade de alimentos e tornando-se mais bem sucedidos do ponto de vista evolutivo. Estar em movimento os fez mais inteligentes, e, assim, permitiu que se movessem mais eficientemente.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">— O principal ponto dessa nova teoria é que, se a atividade física ajuda a moldar a nossa estrutura cerebral, então provavelmente hoje ela continua essencial ao cérebro — ressalta John Polk, professor de antropologia da Universidade de Illionois em Urbana-Champaign, e coautor, com Raichlen, do novo artigo.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E há um suporte científico para esta hipótese. Estudos recentes mostraram, segundo Polk, que “exercício regular, mesmo a caminhada” leva a habilidades mentais apuradas, o que foi registrado da infância até a terceira idade.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A hipótese de que correr atrás da presa ajudou o homem em sua evolução cerebral ainda não foi confirmada, segundo Raichlen, e é quase impossível de prová-la. Mas Lieberman conclui:</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">— Acredito firmemente que existe uma sólida relação entre um corpo saudável e uma mente saudável — assegura, tornando a expressão “exercitar a memória” mais literal do que se imaginava.</span></div>
<div style="line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="text-align: left;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: left;"><span style="line-height: 20px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<span style="text-align: left;">
<div style="text-align: start;">
<span style="font-size: xx-small;">REYNOLDS, GRETCHEN. <span style="background-color: white; color: #2a2a2a; font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 20px; text-align: start;"><b>Quem descartar a meta de exercitar-se mais</b>. NEW YORK TIMES. Acesso em: 05/01/2013. Disponível em: </span><span style="color: #2a2a2a; font-family: Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 20px;">http://oglobo.globo.com/ciencia/evolucao-do-cerebro-esta-ligada-pratica-de-exercicios-7168569</span></span></span></div>
</span>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-76418162990661958992013-01-04T05:46:00.001-08:002013-01-04T05:46:21.672-08:00O latim volta à cena <br />
<ul property="na:description" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; margin: 0px; padding: 0px;">
<li style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center;"><b>Papa cria centro de estudos da língua, negligenciada pelo clero há 50 anos, desde o Concílio Vaticano II</b></li>
</ul>
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<ul class="share" style="clear: both; margin: 0px; padding: 0px;">
<li class="facebook" style="background-image: none; border-bottom-left-radius: 1px; border-bottom-right-radius: 1px; border-top-left-radius: 1px; border-top-right-radius: 1px; border: none; height: 25px; list-style: none; margin: 2px 0px; overflow: hidden; padding: 0px;"><div class="fb-like fb_edge_widget_with_comment fb_iframe_widget" data-action="recommend" data-href="http://oglobo.globo.com/ciencia/o-latim-volta-cena-7164515" data-layout="button_count" data-send="false" data-show-faces="true" data-width="450" fb-xfbml-state="rendered" style="border: none !important; display: inline-block; margin: 0px; padding: 0px; position: relative;">
<span style="display: inline-block; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; height: 20px; line-height: 17px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 113px;"><b></b></span><br />
<div style="text-align: center;">
</div>
<span style="display: inline-block; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; height: 20px; line-height: 17px; position: relative; text-align: justify; vertical-align: text-bottom; width: 113px;"><b>
</b></span></div>
</li>
</ul>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://oglobo.globo.com/in/7164514-27b-fd3/FT247A/Vatican-Pope-New-Cardinals.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://oglobo.globo.com/in/7164514-27b-fd3/FT247A/Vatican-Pope-New-Cardinals.jpg" width="209" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: left;">Fé modernizada. O Concílio Vaticano II <br />aproximou a Santa Sé dos católicos, dando <br />fim a séculos sem reformas - </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-align: left;">Fotos de<br /> Andrew Medichini/AP</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Percebido por muitos como um Papa conservador, Bento XVI reforçou essa imagem com a criação, no mês passado, da Academia Pontifícia para o Latim. </div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O líder da Igreja Católica quer difundir uma língua que, há 50 anos, desde o Concílio Vaticano II, permanece praticamente restrita aos domínios do Estado papal. Voltada à formação de religiosos, a instituição vai intensificar o ensino do latim para os novos padres — que atualmente têm apenas uma noção superficial do idioma —, além de promover seu uso em conferências, publicações e mesmo em escolas e universidades.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A decisão não deve ser vista como um retrocesso em pleno cinquentenário do concílio, na opinião de teólogos ouvidos pelo GLOBO. A reforma do catolicismo promovida àquela época é irreversível, por responder a contestações acumuladas em períodos cruciais da História.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O Concílio foi uma tentativa da Santa Sé de se reerguer após duas grandes crises que reduziram seus domínios — e, consequentemente, o número de fiéis. O Cisma do Oriente, em 1054, separou a Igreja Católica Romana da Ortodoxa. E, em 1517, Martinho Lutero pregou, na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, 95 teses que foram o momento inicial do protestantismo.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Houve, no século XIX, uma tentativa da Igreja de unificar seu discurso relacionado a problemas contemporâneos, como a ascensão do liberalismo. Mas o Concílio Vaticano I, o encontro convocado pelo Papa Pio IX, não teve força. Convocado em 1869, foi suspenso subitamente no ano seguinte, com a eclosão de uma guerra entre a França e a Prússia.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Nos anos 1900, os conflitos e crises se multiplicaram. E os fiéis reivindicavam uma orientação, de acordo com o padre Waldecir Gonzaga, autor do livro “A verdade do Evangelho e a autoridade na Igreja: na exegese do Vaticano II até nossos dias”.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— O mundo e a Igreja presenciaram vários acontecimentos que pediam mudanças, como a criação do bloco soviético, duas Guerras Mundiais, o Holocausto, o novo Estado de Israel e a eleição de John Kennedy, um católico, para a presidência dos EUA — observa Gonzaga, doutor em teologia bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG) em Roma. — Estes e outros episódios deram ainda mais força ao Concílio Vaticano II, que deveria responder questões que se acumulavam há muito tempo.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A assembleia foi convocada pelo Papa João XXIII três meses após se tornar líder da Igreja Católica, em 1959. Três anos depois, o Concílio foi aberto.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="font-weight: normal;">Reforma chega às missas</strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Uma de suas decisões mais conhecidas foi a autorização para que as missas, sempre realizadas em latim, fossem celebradas nas línguas de cada país.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— Os textos litúrgicos passaram a ser traduzidos para diversos idiomas — diz o teólogo Francisco Costa, doutor em Latim também pela PUG. — Até a autorização para que línguas locais fossem usadas nas missas, havia momentos em que os fiéis ficavam perdidos. O público sabia, por exemplo, a hora da comunhão mais pelo gestual do padre do que por seu discurso.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Com a expansão do catolicismo para todo o planeta, não havia como escolher apenas um idioma para substituir o latim. Era uma situação completamente diversa à do século IV, quando esta língua fora adotada oficialmente pelo Vaticano. À época, o Papa Dâmaso I conferiu a São Jerônimo a missão de traduzir a Bíblia, escrita originalmente em hebraico, aramaico e grego.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Houve, no entanto, resistência à modernização desencadeada pelo Vaticano II.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— A Igreja francesa se dividiu. Muitos padres e bispos permaneceram celebrando missas em latim, e eles atraíam mais gente do que aqueles que adotaram o idioma francês — ressalta o vaticanólogo Giancarlo Nardi, diretor do Instituto Pátria e Fé OperaPia Romana e estudioso da Santa Sé há 35 anos. — Também observou-se, em todo o mundo, a flexibilização de outras tradições. Os padres deixaram de ficar voltados para o altar, de costas para o público. Homens e mulheres, que muitas vezes sentavam separados, passaram a se misturar. Em diversas igrejas, as fiéis aboliram o véu, que era preto para as casadas e branco para as solteiras.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong>Mudança de atitude com outras religiões</strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Outras medidas renovadoras ficaram à sombra do enfraquecimento do latim, como a valorização das conferências episcopais e de ministérios leigos — esta última decisão foi fundamental para que o catolicismo se difundisse independentemente da presença de um membro do clero, incentivando ações de seus fiéis.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O Vaticano também estendeu a mão ao diálogo com outras religiões, o que aumentou a legitimidade do Papa fora de seu rebanho.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— Os cristãos que não seguiam a fé católica romana perceberam em João XXIII uma atitude fraterna, em vez da antiga hostilidade — explica Waldecir Gonzaga. — Roma deixou de se considerar a detentora da verdade, definindo-se agora como uma serva de Deus. A Santa Sé abandonou a visão dos protestantes como heréticos e dos ortodoxos como cismáticos.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os quatro sucessores de João XXIII participaram do Concílio. Além de Paulo VI, vieram da assembleia os papas João Paulo I e II, e Bento XVI.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— O atual Pontífice foi um consultor importante do Vaticano II, onde trabalhou em textos fundamentais — destaca Franca Giansoldati, responsável pela cobertura jornalística da Santa Sé para o diário italiano “Il Messaggero”. — Colocá-lo como um Papa conservador é uma leitura superficial. Bento XVI defende as regras e o caminho da tradição, mas sempre deixou claro que o Concílio lhe serve como uma bússola.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Nas décadas seguintes ao Vaticano II, o latim foi negligenciado na formação do clero — um problema, porque há muitos documentos papais ainda não traduzidos para outros idiomas. Daí a decisão do Pontífice de criar um centro internacional de estudos da língua.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Segundo Franca, até a ala tradicionalista da Santa Sé, a mais resistente a reformas, tem bispos e cardeais que não dominam o latim. A criação de uma Academia Pontifícia, portanto, não seria um mero favor de Bento XVI ao grupo.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os teólogos são unânimes em achar que o Concílio não matou o latim. Se hoje ele parece extinto, seria culpa da radicalização de suas medidas nas últimas décadas.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— Houve exageros na interpretação da assembleia e no desejo de se libertar de tudo que era visto como empecilho para o povo entender e celebrar melhor a fé católica — admite Gonzaga. — Paulo VI, ao concluir o Concílio, deu à Igreja um mínimo de cantos gregorianos em latim que deveriam ser lembrados em grandes ocasiões. Mas até isso foi se perdendo, tornando-se um patrimônio quase exclusivo de grandes mosteiros, como o de São Bento, no Rio.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Giancarlo acredita que o Vaticano II foi a resposta necessária à antiga inércia da Santa Sé.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— A Igreja estava parada há 18 séculos — assinala. — Resolveram-se pendências, mas há desafios para o catolicismo. Entre elas, o casamento de gays e de padres e as células-tronco. São questões que exigirão avaliações no futuro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<br />
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px;"><br /></span></span>
<span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px;">_________.<b> </b></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 20px;"><b>O latim volta à cena</b>. O GLOBO. Acesso em: 04/01/2013. Disponível em: </span></span>http://oglobo.globo.com/ciencia/o-latim-volta-cena-7164515#ixzz2GvY4ibvu<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 20px;">.</span></span></span>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-13681613561919610702013-01-03T07:14:00.002-08:002013-01-03T07:14:57.304-08:00Grupo identifica como as palavras ganham significado no cérebro<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://oglobo.globo.com/in/7175187-3e8-9fb/FT500A/42-24897653.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="http://oglobo.globo.com/in/7175187-3e8-9fb/FT500A/42-24897653.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px; text-align: left;">Universidade holandesa identificou quais neurônios são ativados quando<br /> o cérebro procura decifrar o significado de uma palavra - </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px; text-align: left;">Latinstock</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px; text-align: left;"><br /></span></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Um dos enigmas do cérebro é entender como ele identifica o significado das palavras — e, a partir daí, constrói frases inteiras. Esta etapa, fundamental para a leitura de mentes, começou a ser decifrada na Universidade de Maastricht, na Holanda. </div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A equipe do pesquisador João Correia identificou que área do órgão interpreta as palavras e viu que o modo como esta informação é decifrada pelo cérebro é o mesmo, independentemente do idioma usado, ao menos se as aprendemos em um mesmo período da vida.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Além de nos deixar mais próximos de traduzir pensamentos, a pesquisa conta com aplicações médicas. Entender a atividade cerebral envolvida com o significado das palavras aproxima os especialistas da percepção que os pacientes têm de suas próprias disfunções cerebrais. Uma delas seria a síndrome do encarceramento, onde o corpo inteiro, à exceção dos olhos, é paralisado — e, apesar disso, as faculdades mentais permanecem perfeitas.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Hoje, a medicina consegue ocasionalmente distinguir que palavras estamos ouvindo. Correia, no entanto, tentou ir além da pura representação no cérebro das palavras. Sua meta era identificar a atividade que cerca seus significados. Em algum local no órgão, a interpretação escrita e falada estaria integrada, unificando o entendimento.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="font-weight: normal;"><br /></strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong>Testes feitos em inglês e holandês</strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para chegar a esta região, Correia fez uma ressonância magnética funcional de oito pessoas. Todos elas eram bilíngues, sendo o holandês seu idioma nativo. Estes voluntários aprenderam, em inglês, o nome de quatro animais — touro, cavalo, tubarão e pato. Foram escolhidas as palavras mais semelhantes possíveis. Em inglês, têm apenas uma sílaba; compartilham o mesmo conceito — são nomes de animais —; e costumam são aprendidas no mesmo período da vida, demandando, assim, um tempo semelhante para que o cérebro as processe.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Chegou-se, assim, a uma região do córtex temporal esquerdo que era ativada pelas tarefas semânticas, ou seja, pela compreensão das palavras. Através dela, foi visto se a atividade cerebral era relacionada ao som das palavras ou ao seu significado.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
O sistema foi criado com padrões que abrigariam as palavras em inglês. Apesar disso, a fórmula desenvolvida por Correia identificou corretamente os animais enquanto os voluntários ouviam a versão holandesa das palavras. Sua equipe, portanto, descobriu que o mesmo conjunto de neurônios era ativado, independentemente do idioma.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— O tipo de abordagem relacionado ao reconhecimento da palavra é uma ferramenta interessante para investigar como e onde o entendimento é representado no cérebro — explica Zoe Woodhead, da Universidade College London, que não participou do estudo. — Palavras com o mesmo significado em diferentes idiomas ativam o mesmo grupo de neurônios, mesmo que estas palavras pareçam e soem de modo completamente diferente.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Um exemplo: a palavra “cavalo”, que em holandês é “paard”, originou o mesmo padrão no cérebro em ambos os idiomas, sugerindo que havia uma mesma atividade representando o significado da palavra — o conceito de “cavalo”. A pesquisa de Correia foi apresentada na última Conferência de Neurobiologia da Linguagem, sediada em San Sebastián, na Espanha.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="font-weight: normal;"><br /></strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong>Compreensão é única em cada indivíduo</strong></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Conforme as resoluções das imagens no cérebro aumentam, a fórmula de Correia decifrará pela atividade cerebral um número maior de palavras. Seria possível, no futuro, identificar frases inteiras em tempo real.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— Na ficção científica, todos querem um dispositivo capaz de ler mentes — destaca Matt Davis, da Unidade de Cognição e Ciências do Cérebro da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. — A pesquisa (de Correia) é uma contribuição útil para que isso um dia seja possível.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os padrões cerebrais identificados por Correia, porém, eram únicos em cada pessoa. Cérebros são como rostos — olhos, nariz e boca estão sempre no mesmo local, mas há uma chance significativa de os detalhes serem diferentes.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
— Os significados podem ser depositados sempre na mesma área, mas os neurônios envolvidos seriam próprios de cada indivíduo — pondera.</div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Para ler a mente de alguém, segundo Davis, um equipamento precisaria primeiramente aprender a representação única que cada pessoa tem de uma palavra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<br /><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px;">_________. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 20px;"><b>Grupo identifica como as palavras ganham significado no cérebro</b>. O GLOBO. Acesso em: 03/01/2013. Disponível em:</span></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px;"> </span>http://oglobo.globo.com/ciencia/grupo-identifica-como-as-palavras-ganham-significado-no-cerebro-7175188#ixzz2GvRoBmQ8<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 20px;"> </span></span>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-71232435200798595862012-11-16T19:09:00.000-08:002012-11-16T19:09:07.256-08:00Cinco traços de linguagem corporal que podem condenar entrevistas de emprego <table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="negocios" style="color: black; font-family: verdana; font-size: 12px; text-align: center; width: 500pxpx;"><tbody>
<tr><td class="txt13cinzaescuro" style="color: #707070; padding-top: 10px;"><em><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Veja algumas dicas para evitar movimentos desnecessários e se dar bem na hora de conquistar uma vaga</span></em></td></tr>
<tr><td style="padding: 5px 0px; text-align: left;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cromossomay.com/files/imagecache/artigos_full/artigos/comprimento-maos_0.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="http://cromossomay.com/files/imagecache/artigos_full/artigos/comprimento-maos_0.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Grande parte de nossa comunicação com outras pessoas não se restringe apenas à fala, visão ou audição, mas também à nossa postura diante do que queremos expressar. Prova disso são os gestos que fazemos com o corpo - principalmente com as mãos -, e que dizem muito a nosso respeito. O problema é quando esse tipo de comportamento se manifesta em momentos não muito indicados, como uma entrevista de emprego.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">O site <strong><a href="http://www.wisebread.com/10-body-language-mistakes-that-sabotage-most-interviews" style="color: #00647c; text-decoration: initial;" target="_blank">WiseBread</a></strong> detalhou cinco erros comuns que as pessoas cometem ao "falar com o corpo" durante entrevistas profissionais, e também deu dicas para evitá-los. Acompanhe abaixo e veja como melhorar o seu desempenho na hora de lutar por uma vaga.<br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Seu aperto de mão pode causar uma boa ou má primeira impressão</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Torne seu aperto de mão firme, mas não de maneira agressiva ou frágil demais. Bem sabemos que o nervosismo pode tomar conta de muita gente ao partir para uma entrevista, mas certifique-se de que suas mãos estejam secas e não suando ao se apresentar para o recrutador.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Não toque o seu rosto</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">As pessoas tendem a colocar as mãos para apoiar seus rostos durante alguma entrevista. No entanto, se quiser dar uma boa impressão, precisa estar consciente de que suas mãos podem ditar o resultado final de um processo seletivo. Mantenha-as longe de seu nariz e boca, e não as coloque sobre o queixo, como quem está analisando o ambiente. Para muitos entrevistadores, tocar o rosto pode ser um sinal de desonestidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Não cruze os braços</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Mesmo quem não tem o hábito de participar de muitas entrevistas, sabe que o simples cruzar de braços pode dizer muito sobre o que você acha a respeito de um determinado assunto. Cruzar os braços é, muita vezes, sinônimo de agressividade ou desinteresse, e esta, com certeza, não é a primeira impressão que você quer transmitir. O máximo que você pode fazer é colocar suas mãos sobre a mesa (caso haja alguma).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Não olhe tão fixamente</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Contato visual sempre é uma boa saída. Mas existe uma diferença entre olhar fixamente e simplesmente prestar atenção. Por isso, essa atitude deve ser algo natural: não fixe os olhos no seu entrevistador, mas olhe-o com atenção sem deixá-lo desconfortável. Ao mesmo tempo, não percorra a sala com o seu olhar, como quem parece entediado ou pensando em outras coisas que não sejam o motivo da entrevista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Evite balançar muito o corpo</span></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Balançar o pé, as pernas, acenar muito com a cabeça, girar o corpo na cadeira, e tantos outros movimentos dessa natureza podem fazer com que o recrutador o interprete como uma pessoa desinteressada, ou até mesmo hipócrita ou covarde. Assim como o contato visual deve ser ponderado, concordar positiva ou negativamente com a cabeça deve também ser moderado, e apenas quando a situação for claramente apropriada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">_</span><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">_______.</span><span style="text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Cinco traços de linguagem corporal que podem condenar entrevistas de emprego.</b>Olhar digital. Disponível em:</span></span><span style="text-align: left;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/cinco-gestos-de-linguagem-corporal-que-voce-nao-deve-fazer-durante-a-entrevsita. Acesso em: 17/11/12</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
Iasmin de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/05966403854072853179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-8614855724060588222012-06-08T19:31:00.000-07:002012-06-08T19:31:21.872-07:00<div style="color: black; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><strong>Texto condensado e adaptado do documento <em>Referencial curricular nacional para as escolas indígenas</em>, Brasília: MEC, 1998</strong></span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black;"> </div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><a href="http://maiseducacaosolangehortelio.files.wordpress.com/2011/04/indios.jpg?w=300&h=200" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://maiseducacaosolangehortelio.files.wordpress.com/2011/04/indios.jpg?w=300&h=200" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;">Antes do contato sistemático com os não-índios, os povos indígenas não dispunham de formas de registrar suas línguas através da escrita. Com o desenvolvimento de projetos de educação escolar voltados para o público indígena, a situação mudou. Essa é uma longa história, e coloca algumas questões que merecem ser pensadas e discutidas. </div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><h3 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Um pouco de história</span></h3><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">A história da educação escolar indígena revela que, de um modo geral, a escola sempre teve por objetivo integrar as populações indígenas à sociedade envolvente. As línguas indígenas eram vistas como o grande obstáculo para que isso pudesse acontecer. Daí que a função da escola era ensinar os alunos indígenas a falar e a ler e escrever em português.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Somente há pouco tempo, começou-se a utilizar as línguas indígenas na alfabetização, ao se perceber as dificuldades de alfabetizar alunos em uma língua que não dominavam – o português.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Mesmo nesses casos, no entanto, assim que os alunos aprendiam a ler e a escrever, a língua indígena deixava de ser ensinada em sala de aula, já que a aquisição da língua portuguesa continuava a ser a grande meta. É claro que, tendo sido essa a situação, a escola contribuiu muito para o enfraquecimento, desprestígio e, conseqüentemente, desaparecimento de línguas indígenas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><h3 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Línguas indígenas na escola</span></h3><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">A escola também pode, por outro lado, ser mais um elemento que incentiva e favorece a manutenção ou revitalização de línguas indígenas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">A inclusão de uma língua indígena no currículo escolar tem a função de lhe atribuir o status de língua plena e de colocá-la, pelo menos no cenário escolar, em pé de igualdade com a língua portuguesa, um direito previsto pela Constituição Brasileira.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">É importante ficar claro que os esforços escolares de manutenção e revitalização lingüísticas têm suas limitações, porque nenhuma instituição, sozinha, pode definir os destinos de uma língua. Assim como a escola não foi a única responsável pelo enfraquecimento ou pela perda das línguas indígenas, ela também não tem o poder de, sozinha, mantê-las fortes e vivas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Para que isso aconteça, é preciso que a comunidade indígena como um todo – e não somente os professores – deseje manter sua língua tradicional em uso. A escola é, portanto, um instrumento importante, mas limitado: ela pode apenas contribuir para que essas línguas sobrevivam ou desapareçam.</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><h3 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A língua portuguesa na escola</span></h3><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Aprender e saber usar a língua portuguesa na escola é um dos meios de que as sociedades indígenas dispõem para interpretar e compreender as bases legais que orientam a vida no país, sobretudo, aquelas que dizem respeito aos direitos dos povos indígenas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Todos os documentos que regulam a vida da sociedade brasileira são escritos em português: as leis, principalmente a Constituição, os regulamentos, os documentos pessoais, os contratos, os títulos, os registros e os estatutos. Os alunos indígenas são cidadãos brasileiros e, como tais, têm o direito de conhecer esses documentos para poderem intervir, sempre que necessitarem, em qualquer esfera da vida social e política do país.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Para os povos indígenas que vivem no Brasil, a língua portuguesa pode ser um instrumento de defesa de seus direitos legais, econômicos e políticos; um meio de ampliar o seu conhecimento e o da humanidade; um recurso para serem reconhecidos e respeitados, nacional e internacionalmente em sua diversidade; e um canal importante para se relacionarem entre si e para firmarem posições políticas comuns.</div><div style="color: black; text-align: justify;"></div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><h3 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A introdução da escrita</span></h3><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Se a linguagem oral, em suas várias manifestações, faz parte do dia-a-dia de quase todas as sociedades humanas, o mesmo não se pode dizer da linguagem escrita, pois as atividades de leitura e escrita podem, normalmente, ser exercidas apenas pelas pessoas que freqüentam a escola e nela encontram condições favoráveis para perceber as importantes funções sociais dessas práticas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Lutar pela criação de escolas indígenas significa, entre outras coisas, lutar pelo direito de exercerem atividades de leitura e escrita na língua portuguesa, de modo a interagirem em condições de igualdade com a sociedade envolvente.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">A escrita tem muitos usos: as pessoas, no seu dia-a-dia, elaboram listas para fazer trocas comerciais, correspondem-se por cartas etc. A escrita, em geral, serve também para registrar a história, a literatura, as crenças religiosas, o conhecimento de um povo. Ela é, além disso, um espaço importante de discussão e de debate de assuntos polêmicos. No Brasil de hoje, por exemplo, são muitos os textos escritos que discutem temas como a ecologia, o direito à terra, o papel social da mulher, os direitos das minorias, a qualidade do ensino oferecido aos cidadãos, e assim por diante.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Não basta a escola ter como objetivos alfabetizar os alunos: ela tem o dever de criar condições para que eles aprendam a escrever textos adequados às suas intenções e aos contextos em que serão lidos e utilizados.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">O aprendizado da escrita em português tem, para os povos indígenas, funções muito claras: defesa e possibilidade de exercerem sua cidadania, e acesso a conhecimentos de outras sociedades.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Já a escrita das línguas indígenas é uma questão complexa, e precisa ser pensada com cuidado, discutindo-se muito bem as suas implicações.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">As funções da escrita em língua indígena nem sempre são tão transparentes e há sociedades indígenas que não querem fazer uso escrito de suas línguas tradicionais. Geralmente, essa atitude surge no início dos processos de educação escolar indígena: a urgência e a necessidade de aprender a ler e a escrever em português é claramente percebida, ao passo que a escrita em língua indígena não é vista como necessária. As experiências em andamento têm demonstrado que, com o passar do tempo, a situação pode se modificar e assim escrever em língua indígena passa a fazer sentido e a ser desejável.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Um argumento contrário ao uso escrito das línguas indígenas consiste no fato de que a introdução dessa prática pode resultar em uma imposição do modo de vida ocidental, acarretando desinteresse pela tradição oral e impelindo à criação de desigualdades no interior da sociedade, por exemplo, entre indivíduos letrados e não-letrados.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><div style="color: black; text-align: justify;">Um forte argumento a favor da introdução do uso escrito das línguas indígenas é que limitar essas línguas a usos exclusivamente orais significa mantê-las em posições de pouco prestígio e de baixa funcionalidade, diminuindo suas chances de sobrevivência em situações contemporâneas. Utilizá-las por escrito, por outro lado, significa que essas línguas estarão fazendo frente às invasões da língua portuguesa. Estarão, elas mesmas, invadindo um domínio da língua majoritária e conquistando um de seus mais importantes territórios. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">_________.</span><b style="color: black;"><span style="font-size: xx-small;">Escola, escrita e valorização das línguas. </span></b><span style="color: black; font-size: xx-small;">Povos Indígenas no Brasil. Disponível em:http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/linguas/a-escola-e-a-escrita. Acesso em: 08/06/2012.</span><b><span style="font-size: xx-small;"><br />
</span></b></div>Iasmin de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/05966403854072853179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-8001678877405666472012-05-06T14:18:00.002-07:002012-05-06T14:22:05.973-07:00Língua: código, expressão ou interação?<div style="text-align: justify;">
<span class="Olho" style="font-size: small;"></span></div>
<h2 style="color: black;">
<span class="Olho" style="font-size: small;">Se o dilema "espelhamento ou construção" na
relação entre linguagem e realidade social estimulou debates por
décadas, o que dizer da relação entre a visão de mundo do professor e o
ensino?</span></h2>
<div style="color: black;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;">
<a href="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/28/imagens/i257499.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/28/imagens/i257499.jpg" width="148" /></a></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Muito já se tem dito sobre o fato de que toda prática pedagógica está
sempre baseada em algum posicionamento político-ideológico. O ensino de
língua portuguesa não foge à regra, tendo, nesse caso, a raiz de tal
posicionamento construída a partir da concepção de língua que o/a
professor/a vai adotar. Você já parou para pensar nisso? </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
A edificação das principais teorias que conhecemos hoje sobre a
língua se deve a uma série de esforços teóricos que surgiram no rastro
de vários estudos desenvolvidos durante o século XX. Podemos resumir
tais estudos em três macro concepções que orientam a linguística
contemporânea e, consequentemente, o ensino de língua. Vamos
conhecê-las. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Por ordem cronológica, as seguintes concepções vêm se
apresentando como hegemônicas nas diversas investigações científicas com
a linguagem. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br />
1. Língua como expressão do pensamento <br />
</div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Nessa concepção, a língua é produzida mentalmente de maneira
individual, intrínseca e sob a organização lógica do raciocínio. As
atividades de linguagem se realizam nessa perspectiva independentemente
das circunstâncias situacionais, sócio-históricas, culturais e políticas
em que ocorrem. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
2. Língua como um instrumento de comunicação <br />
</div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Opondo-se à primeira concepção, esta segunda visão sobre a língua a
entende como um conjunto de códigos autônomos e externos ao indivíduo,
motivados socialmente, que serve essencialmente para a troca de
informações (comunicação). Entretanto, seu funcionamento também
independe do contexto de realização. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
3. Língua como interação social<br />
</div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Já esta terceira concepção compreende a língua como uma atividade
social não somente usada para comunicar, mas também para realizar ações
através da interação social e cognitiva entre os falantes. Esta visão
leva em conta as situações de interlocução nas quais a língua se realiza
e a influência de fatores de diversas ordens no curso dessas situações.</div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Mas de que maneira podemos perceber a intervenção
dessas três concepções no ensino de língua portuguesa? Até que ponto o
modo como o/a educador/a concebe a linguagem influenciará na forma de
educar? </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br />
<i>Visão de mundo e educação </i></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Vejamos. Em um de seus memoráveis livros, <i>O texto na sala de aula</i>,
o professor da Unicamp João Wanderley Geraldi apresenta a diferença
entre ensinar uma língua e ensinar metalinguagem. Nele, o mestre Geraldi
defende que a postura do docente dentro da sala de aula evidencia seu
posicionamento político e isso interfere também significativamente nos
métodos e conteúdos que escolhe. Em outras palavras, como expomos, isso
se refere à ideia de que toda prática pedagógica se articula através de
uma opção política. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Para ele, a forma de enxergar a sociedade influencia
diretamente na maneira de ensinar e tudo que a envolve. Há, por
exemplo, uma estreita relação entre o baixo nível do desempenho
linguístico por estudantes e o conceito de língua difundido na escola.
Eis aí a nossa principal questão! Muito do aprendizado de nossos alunos
com a linguagem depende da forma como abordamos o uso e a reflexão da
língua em sala de aula. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Em linhas gerais, podemos dizer que o efeito do ensino de língua
portuguesa variará a depender da maneira que o/a professor/a conduzir
político-ideologicamente a sua prática pedagógica, isto é, a depender da
escolha de estratégias que vão desde a seleção de conteúdos até o modo
de avaliação. E isso tudo, ainda que o/a docente não perceba, está
ligado à concepção que ele/ela adotar. Conceber a língua como mecanismo
da expressão do pensamento ou código para comunicação recairá no ensino
reducionista ou, como chamamos, formalista, mas entender a língua como
prática social será o primeiro passo para estudá-la de uma forma mais
explanatória e compreendê-la como um processo intersubjetivo,
contextualizado, funcional e, portanto, sob uma abordagem funcionalista.
</div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br />
<b>FORMALISMO </b></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Vamos entender um pouco melhor esses dois paradigmas. No primeiro
caso - paradigma formalista - a língua é concebida como um fenômeno
suficiente em si, independente de qualquer fator externo a ela, já no
segundo - paradigma funcionalista- a compreendemos como uma prática
interconectada a várias outras da vida social, sem as quais não seria
possível se manifestar. Ambos fundamentos agendam suas pesquisas
distintamente, caracterizando seu objeto de estudo e instituindo seus
objetivos de maneira oposta entre si. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Ao ensino formalista interessa descrever ou mapear a manifestação
da linguagem em termos de compreensão dos aspectos imanentes aos
textos, desconsiderando a intervenção dos elementos históricos,
ideológicos e culturais na organização interna do sistema linguístico.
Por exemplo, caso o/a educador/a pretenda discutir a produção de um
artigo de opinião em sala de aula, levará em conta apenas a composição
desse gênero de texto sob a perspectiva da frase na sua relação
fonológica, morfológica e sintática, ou, no máximo, questões relativas
ao sentido gerado no interior de uma proposição, a partir do efeito de
uso da pontuação ou da manifestação da ambiguidade lexical. Esse estudo
não consideraria, por exemplo, o suporte onde o artigo é veiculado
(rádio, jornal, internet); a modalidade em que é produzido (oral ou
escrita); a identidade do autor (crítico de arte, professor
universitário, literato); ou o motivo da produção textual (se responde,
complementa ou reforça um outro artigo). Em outros termos, não faria
parte dos objetivos de uma aula formalista sobre a produção de artigos
de opinião entender as condições de realização do texto, mas apenas a
estrutura elementar interna dele (a forma). E no que isso acarretaria
para a aprendizagem dos alunos, professor/a? </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
A maior de todas implicações é a ideia de que os sujeitos da
linguagem ocupam o lugar apenas de reprodutor e decodificador de
mensagens, os sentidos são pré-estabelecidos à realização verbal e o
texto é entendido como um amontoado de sentenças, que possui coerência
somente a partir de seus elementos internos, de dentro para fora, sem
qualquer referência aos vários contextos em que está inserido
(sociocultural e cognitivo, por exemplo). </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<b>FUNCIONALISMO</b></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Por outro lado, o paradigma funcionalista baseia-se em dois
pressupostos: o de que a linguagem tem funções externas a si e o de que
essas funções influenciam a sua organização interna. No ensino
funcionalista, a linguagem deve ser estudada a partir dessa interação
com os seus elementos extrínsecos. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Isso significa que o Funcionalismo
tem por objetivo descrever a interface entre os aspectos exteriores que
circundam a linguagem e o sistema interno desta, sendo, portanto, um
modelo dialético e abrangente de estudos, pois investiga como a forma
atua no significado e como as funções externas do sistema linguístico
influenciam na forma.</div>
<div style="color: black;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Nesse caso, a identidade e o papel social dos usuários de uma
língua são levados em conta ao se analisar um texto, pois, de acordo com
o Funcionalismo, ambos interferem na maneira como os próprios usuários
lidam com a linguagem. Isso é notório ao analisarmos os vários
mecanismos de utilização da linguagem no nosso cotidiano. Um deles, por
exemplo, é a marcação da polidez numa conversa. O uso de formas verbais
que constroem o grau de polidez é regulado pela relação que os
interlocutores mantêm entre si: um indivíduo, na interação com quem
mantém relação hierárquica (filho em relação ao pai, aluno em relação ao
professor), marca comumente sua fala com elementos que representam
polidez (verbos no modo hipotético, ou subjuntivo "eu“ gostaria"” para
não demonstrar autoridade; tratamentos honoríficos, como "senhor",
"doutor", a fim de nãogerar intimidade; etc.). Esses e outros exemplos
prosaicos revelam a interferência constante das condições externas da
linguagem na seleção e organização formal dos textos. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
Isso quer dizer que se constitui funcionalista qualquer teoria da
linguagem que descreve um texto associando as categorias que o compõem
internamente - elementos referenciais, lexicais, icônicos, etc. - a
aspectos do entorno de sua produção e consumo - cognição social, cultura
dos interlocutores, etc. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
O que isso quer dizer? Em última instância, precisamos pensar
quais os nossos objetivos enquanto educadores/as. Visamos a uma formação
humanística, voltada para a formação de uma consciência crítica dos
nossos alunos ou queremos apenas que memorizem o necessário para passar
no vestibular? Já dizia o pai da linguística, Ferdinand de Saussure: “o
ponto de vista muda o objeto”. Não podemos continuar reproduzindo
fórmulas pedagógicas ultrapassadas, em que o ensino de Português
restringe-se apenas ao ensino descontextualizado e abstrato de
gramática, desligando a língua das situações reais de comunicação. </div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<b>FORMALISMO E FUNCIONALISMO</b></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
O formalismo e o funcionalismo são dois paradigmas que orientaram
os estudos linguísticos nas últimas décadas. Segue abaixo um quadro
comparativo que sumariza pontos-chave das duas perspectivas e nos
facilita a compreensão de como ambas as formas de conceber a linguagem
marcaram as teorias linguísticas contemporâneas.</div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" border="0" cellpadding="5" cellspacing="0" style="color: black; width: 100px;">
<tbody>
<tr>
<td style="text-align: justify;"><img alt="" height="238" name="[i257500]" src="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/28/imagens/i257500.jpg" title="" width="400" /></td>
</tr>
</tbody></table>
<div align="center" style="color: black;">
<br />
<b><span style="font-size: xx-small;"> *Gabriela de Paiva Gomes Albuquerque e
Tiago Lessas José de Almeida são alunos de Letras da UFPE. Iran Ferreira
de Melo é professor do Departamento de Letras da UFPE e doutorando em
Língua Portuguesa pela USP.</span></b></div>
<div align="center" style="color: black;">
<br /></div>
<div style="color: black;">
<br /></div>
<div style="color: black; text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;">ALBUQUERQUE, Gabriela de Paiva Gomes; ALMEIDA, Tiago José; MELO, Ferreira Iram. <b>Língua: código, expressão ou interação? </b>Revista Língua. Disponível em: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/28/artigo210087-2.asp. Acesso em: 06/05/2012.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-50136743183397801602012-03-10T19:44:00.001-08:002012-03-10T19:47:49.388-08:00A Origem dos nomes dos Meses e do Ano Bissexto<h2 style="color: black; text-align: center;"><span class="Olho" style="font-size: small;">As mudanças nos calendários ao longo da história.</span></h2><h2 style="color: black; text-align: right;"><span class="TxtAssina" style="font-size: small; font-weight: normal;">José Augusto Carvalho</span><span class="Olho" style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></h2><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><a href="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114042.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114042.jpg" width="244" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;">No calendário de Rômulo, o primeiro rei de Roma e seu fundador, o ano começava em março e tinha dez meses, cujos nomes primitivos eram Martius (em homenagem ao deus da guerra, Marte), Aprilis (nome relacionado a Apros ou Afros, designativo de Afrodite, nome grego da deusa Vênus, a quem abril era dedicado); Majus (em homenagem à deusa Maia, uma das Atlântidas, amada de Júpiter e mãe de Mercúrio), Junius (em homenagem à deusa Juno, equivalente à deusa Hera dos gregos), Quintilis, Sextilis, September, October, November e December. A relação de aprilis com aperire (abrir) surgiu posteriormente, na vigência do calendário de Numa Pompílio, por ser abril o mês da primavera, em que "todas as coisas se abrem".</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Numa Pompílio (circa 715-circa 672 a.C.), sucessor de Rômulo, querendo igualar a contagem do tempo romano à dos gregos e fenícios, reformou o calendário de Rômulo, instituindo os meses de Januarius (em homenagem ao deus Janus, protetor dos lares) e Februarius, do latim februus, adjetivo de primeira classe que significa "o que purifica, purificador". No mês de fevereiro, realizavam-se cerimônias de purificação, como sacrifícios expiatórios e os ritos de purificação chamados "lupercálias a". As lupercálias eram festas em homenagem a Pã, realizadas no dia 15 de fevereiro, em que jovens saíam nus da gruta Lupercália flagelando os transeuntes com um cinto de pele de cabra chamado também lupercal , considerado capaz de eliminar a esterilidade e provocar partos felizes.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Homenagens </b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Os meses Quintilis e Sextilis foram rebatizados com os nomes de julho e agosto, em homenagem aos dois primeiros dos doze césares: Julius (Júlio César) e Augustus. Para que julho e agosto tivessem o mesmo número de dias, subtraíram-se dois dias do mês de fevereiro. Repare que as festas de junho são juninas (de Juno), mas as festas de julho são julianas (de Júlio), e não "julhinas" ou "julinas", nomes que não existem.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>O mês da mentira</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><a href="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114043.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114043.jpg" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;">A reforma que Carlos IX empreendeu na França em 1564 apenas obrigava os franceses a seguir o calendário juliano (com o ano começando a primeiro de janeiro). Até então, e desde Carlos Magno, era o calendário de Rômulo (com o ano começando a primeiro de março) que vigorava na França. O papa Gregório XIII, em 1582, realizou uma nova reforma, ao verificar que o calendário juliano havia incorrido num erro anual de 11 minutos e 8 segundos. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Desde o ano 44 a.C. até 1582, por causa desse erro, havia uma diferença de dez dias. Para compensar esses 10 dias e regularizar a contagem do tempo, o papa determinou que, ao dia 5 de outubro de 1582, deveria seguir-se o dia 15 de outubro, e não o dia 6. A reforma gregoriana causou confusão com as datas e as comemorações tradicionais - além de bagunçar a astrologia. O dia 21 de março corresponderia ao fim do signo de peixes.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">A confusão de 10 dias fez crer que o dia primeiro de abril era ainda de peixes, isto é, o signo pularia dez dias para terminar no dia primeiro de abril. Em francês, a expressão poissons d'avril, isto é, peixes de abril, passou a designar as mentiras de primeiro de abril, porque até o nome abril, por engano, teria passado a ser considerado como o primeiro dia do ano, a abrir o ano. Da França, o dia dos enganos se estendeu ao resto do Ocidente.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Abril</b> </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Abril vem de aprilis, nome de um dos espíritos que seguiam o carro de Marte, deus da guerra, que deu nome ao mês de março. Assim, aprilis não se relaciona com abrir (latim: aperire), mas com o grego Apros ou Afros, designativo de Afrodite, nome grego da deusa Vênus, a quem abril era dedicado, ou com o sânscrito áparah, que significa "posterior" (aparentado com o gótico afar ou aftra, que significa "depois"), pois abril era o segundo mês do ano, no calendário civil de Rômulo (daí os nomes setembro, outubro, novembro e dezembro para os meses sete, oito, nove e dez, respectivamente). </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Lupercálias</b> </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><a href="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114044.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114044.jpg" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">O nome "Luperca" designa a loba que amamentou os gêmeos Rômulo e Remo na gruta chamada Lupercal. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Na realidade, "lupus", lobo, em latim, primitivamente, não tinha feminino. A loba-animal era "lupus femina". "Lupa" designava a cortesã, daí o nome "lupanar" para designar o prostíbulo. A "lupa" que amamentou os gêmeos era, na verdade, uma cortesã chamada Aca Laurentia ou Laurentina. Os sacerdotes romanos é que "purificaram" a origem de Roma, atribuindo à loba-animal a amamentação dos gêmeos que fundaram a cidade.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Lupercal</b> </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Lupercus se teria originado da justaposição de lupus (lobo) com hircus (bode), mas, como era outro nome de Pã, deus dos pastores e dos rebanhos, presume-se que lupercus signifique também "o que afasta o lobo".</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><a href="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114045.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/imagens/i114045.jpg" width="400" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;"> <b>Fasti</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">A palavra fasti (latim) se refere ao calendário romano e, especialmente, a um poema longo e provavelmente inacabado do poeta Ovídio sobre os festivais religiosos do ano romano e suas origens mitológicas. Na Roma Antiga, fasti era o plural do adjetivo fastus, derivado de fas, que significa o que é imposto ou permitido pela lei divina, em oposto a jus, a lei humana. Assim, fasti se tornou sinônimo dos dias em que a lei podia ser cumprida sem piedade - os nossos dias úteis; os dias opostos aos dies fasti eram os dies nefasti, nos quais, por motivos religiosos, a corte não podia se reunir.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>A partir daqueles três nomes </b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">O calendário romano tinha três datas com nome próprio: Kalendae ou Calendas (o primeiro dia de cada mês), Nonae ou Nonas (o dia 5 de todos os meses, exceto março, maio, julho e outubro, em que Nonae designava o dia 7) e Idus ou Idos (o dia 15 para aqueles quatro meses e o dia 13 para os outros meses). Os outros dias de cada mês eram citados a partir daqueles três nomes. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Em outras palavras, em lugar de numerar os dias em sequência crescente, como fazemos, os romanos preferiam numerar os dias usando as palavras Calendas, Nonas e Idos como pontos de referência. Para se ter uma ideia, a expressão "desde 3 de junho até 31 de agosto" se dizia em latim como "terceiro dia antes das nonas de junho até o primeiro das calendas de setembro" ("ante diem III Nonas Junias usque ad pridie Kalendas Septembres").</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">O dia 24 de fevereiro era chamado "o sexto das calendas de março". No nosso calendário, o gregoriano, no ano bissexto, temos um dia a mais, acrescentado ao último dia do mês de fevereiro. Mas, no calendário juliano, o dia a mais era acrescentado ao dia 24. Ou melhor: havia dois dias de número 24. Portanto, havia duas vezes o sextus dies (bis sextus) antes das calendas de março. Desses dois sextos é que se originou a expressão "ano bissexto".</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Nas modificações efetuadas por Numa Pompílio no calendário de Rômulo, o ano civil tinha um erro de dez dias em relação ao ano solar. Ele tentou corrigir o erro acrescentando um mês de dez dias entre 23 e 24 de fevereiro. Mas essa solução trouxe tantos problemas que, em 44 a.C., Júlio César resolveu modificar novamente o calendário, dando ao ano a duração de 12 meses, ou 365 dias, de acordo com o calendário egípcio. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Foi um astrônomo de Alexandria, chamado Sosígenes, que descobriu que o ano civil tinha seis horas a menos que o ano solar. Assim, Roma instituiu que a cada quatro anos seria acrescentado um dia em fevereiro. Como vimos, o dia 24 de fevereiro era chamado "sexto das calendas". Com o dia adicional (acrescentado após o dia 24, com a mesma numeração), houve dois sextos (=bissexto) das calendas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">CARVALHO, José Augusto. <b>A Origem dos nomes dos Meses e do Ano Bissexto.</b> Revista Língua Portuguesa. Disponível em: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/17/artigo134840-1.asp. Acesso em: 11/03/2012.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-62206620909782129342012-03-07T08:24:00.000-08:002012-03-07T08:24:47.255-08:00Linguagem corporal ajuda a identificar a necessidade do cliente<div class="chamada2" style="text-align: center;"><b>O atendente deve interpretar as atitudes e ajustar seu desempenho a cada tipo de cliente</b></div><div class="chamada2" style="text-align: center;"><br />
</div><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: left; text-decoration: none;"><br />
</div><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-align: justify; text-decoration: none;"><div style="text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgicW5RHHvLW38DQQaLzOOoAwjjochVCYS7vVAbroPV6UgyIEy-GY7CYIQhjbxxUEa2MMLgF6oON_Wo1dwYNvesacSjsg6vqXvepFjYzFJldHquqGVYTKRHwNzjxByDmchp0eRUszQkC-U/" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgicW5RHHvLW38DQQaLzOOoAwjjochVCYS7vVAbroPV6UgyIEy-GY7CYIQhjbxxUEa2MMLgF6oON_Wo1dwYNvesacSjsg6vqXvepFjYzFJldHquqGVYTKRHwNzjxByDmchp0eRUszQkC-U/" width="320" /></a></div><a href="http://www.cpt.com.br/imagens/enviadas/materias/materia3690/m-portal-cpt-compradoras.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br />
</a><br />
<div style="color: black;"><span style="font-size: small;">Cuidado com a <em>primeira impressão</em>, pois de fato ela “fica”, ou seja, permanecerá forte na lembrança das pessoas. O modo como nos comportamos e falamos é carregado de significados, os quais são interpretados por nossos ouvintes e observadores. O<em> atendente de loja</em> precisa avaliar se seus gestos e palavras estão coerentes com a real imagem que ele quer transmitir de si e da empresa. Esses mesmos elementos ele deve verificar no <em>cliente</em>.<br />
<br />
A <em>linguagem corporal</em> revela parte da personalidade do <em>consumidor</em> e indica se ele está receptivo às idéias do <em>vendedor</em>. Diante disso, o atendente deve administrar as próprias reações, inclusive por meio da fala, por isso é importante também <em>saber falar</em>.</span></div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">O jornalista Pedro Moreira, professor do curso <strong>Treinamento de Atendente de Loja</strong>, elaborado pelo <strong>CPT – Centro de Produções Técnicas</strong>, dá algumas dicas sobre<em> linguagem corporal</em> e <em>comunicação oral</em>, o <em>atendente</em> pode usá-las tanto para corrigir o próprio comportamento quanto para entender a mensagem que cada<em><strong> tipo de cliente</strong></em> quer passar.<br />
<em><strong><br />
Linguagem corporal</strong></em></span></div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">– Inclinar-se para frente é sinal de que está receptivo.<br />
</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">– Afastar-se é sinônimo de que algo o perturba e provavelmente não está compreendendo os argumentos do falante.<br />
</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">– Olhar para vários lugares demonstra que a pessoa perdeu o interesse no assunto; mas olhar fixamente significa o contrário.<br />
</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">– Cruzar os braços ou as pernas pode ser entendido como uma barreira. Outro sinal com esse sentido é passar a mão no rosto.<br />
</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">– Como agir: O atendente deve interpretar estas atitudes e, se for o caso, ajustar seu desempenho a cada<em> tipo de cliente</em>.<br />
<em><strong><br />
Saber falar</strong></em></span></div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">– Não deixar passar mais do que 30 segundos sem perguntar algo ao cliente ou solicitar um comentário.</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;"><br />
– Evitar imaginar o que o outro vai falar, tentando adivinhar o que dirá. Deixe que ele diga.</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;"><br />
– Conter a ansiedade e não falar o tempo todo.</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;"><br />
– Como agir: Deixar o cliente falar primeiro e prestar atenção para perceber o<em> tipo de cliente</em>, se ele é expansivo, se é detalhista, se é tímido. Cada um possui um perfil psicológico, diferenças que devem ser reconhecidas, valorizadas e respeitadas.<br />
<em></em></span></div><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-decoration: none;"><span style="color: black; font-size: small;"><br />
<span style="font-size: xx-small;"> </span></span></div><div style="background-color: white; border: medium none; color: black; overflow: hidden; text-decoration: none;"><span style="color: black; font-size: small;"><span style="font-size: xx-small;">SILVA, Luci. <b>Linguagem corporal ajuda a identificar a necessidade do cliente</b>.Centro de Produções Técnicas. Disponivel em: http://www.cpt.com.br/noticias/linguagem-corporal-identificar-necessidade-cliente-atendimento#ixzz1oRo4ZSZc</span></span><span style="font-size: xx-small;">. Acesso em: 07/03/2012</span></div></div>Iasmin de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/05966403854072853179noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-31962206076620404192012-03-06T18:27:00.002-08:002012-03-06T18:31:11.455-08:00Senhor Procurador, leia o verbete “dicionário”<h2 style="color: black; text-align: center;"><span style="font-size: small;">O caso Houaiss e a tentativa de apagamento da História</span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></h2><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="color: black; float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://e.glbimg.com/og/ed/f/original/2011/08/04/eliane_brum.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://e.glbimg.com/og/ed/f/original/2011/08/04/eliane_brum.jpg" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Eliane Brum*</span></td></tr>
</tbody></table><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Na obra-prima de Ray Bradbury, “Fahrenheit 451”, o futuro se transformou em um mundo sem livros. Tudo o que querem que as pessoas saibam é transmitido por imensas telas de TV, onde parte da população passa os dias vivendo a vida dos personagens de ficção. Nessa sociedade totalitária, Guy Montag é um bombeiro. </span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Não um que apaga fogo, mas um que faz fogueiras. A missão de Guy é queimar livros. “451” refere-se à temperatura, em Fahrenheit, na qual um livro incendeia. Bradbury não poderia imaginar a internet ao escrever o livro em 1953, no contexto da Guerra Fria. Assim, seu pesadelo literário era incapaz de alcançar o que aconteceu na semana passada, quando os verbetes das palavras “cigano” e “negro” foram suprimidos da versão eletrônica do mais completo dicionário brasileiro, o Houaiss. Hoje, nesse futuro que chegou, não é mais necessário fogo, mas apenas um clique, para apagar a História. Muito mais “limpo”, rápido e silencioso.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Tudo começou quando o procurador da República Cleber Eustáquio Neves, do Ministério Público Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, requereu que o dicionário Houaiss fosse tirado de circulação e que a tiragem, venda e distribuição das novas edições fossem suspensas enquanto não tivessem sido eliminadas as “expressões pejorativas e preconceituosas” do verbete “cigano”. O procurador atendia ao pedido de um cidadão, feito em 2009. No Houaiss – e eu estou tratando o meu exemplar em papel com cuidados maternos diante da iminência de seu assassinato -, este é o verbete da palavra “cigano”, neste momento uma relíquia cultural que compartilho com vocês:</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">“<b>Cigano</b> <b>adj</b> <b>1</b> Relativo ao ou próprio do povo cigano; zíngaro <música c.> <vida c.> <esperteza c.><b> Adj. s.m.</b> <b>2</b> relativo a ou indivíduo dos ciganos, povo itinerante que emigrou do Norte da Índia para o oeste (antiga Pérsia, Egito), de onde se espalhou pelos países do Ocidente; calom, zíngaro <b>3</b> <i>p.ext.</i> que ou aquele que tem vida incerta e errante; boêmio <meus parentes c. não pensam no dia de amanhã> <viver como c.> <b>4</b> <i>p.ana</i>. vendedor ambulante de quinquilharias; mascate <b>5</b> (1899) <i>pej.</i> que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador <b>6</b> <i>pej.</i> que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina <b>7</b> que ou o que serve de guia ao rebanho (diz-se de carneiro) <b>8</b> LING m.q. <i>ROMANI </i>ETIM fr. <i>cigain</i> (sXV, atual <i>tsigane</i> ou <i>tzigane</i>, estas por infl. Do al.<i> Zigeuner</i>), do gr. biz. <i>athígganos</i> ‘intocável’, nome dado a certo grupo de heréticos da Ásia Menor, que evitava o contato com estranhos, a que os ciganos foram comparados quando de sua irrupção na Europa central; c.p. tur. <i>cigian</i>, romn, <i>zigan</i>, húng. <i>cigány</i>, it, <i>zingano </i>(a1470, atual <i>zíngaro</i>); f.hist. 1521 <i>cigano</i>, 1540 <i>cigano</i>, 1708 <i>sigano</i> COL bando, cabilda, ciganada, ciganagem, ciganaria, gitanaria, maloca, pandilha HOM <i>cigano</i> (fl.ciganar)”</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Reproduzo o verbete completo para que todos tenham acesso ao que foi suprimido da versão eletrônica e, se a vontade do procurador vencer, de todas as versões, inclusive a impressa. Mas reproduzo também para que aqueles que não cultivam o hábito de pesquisar em dicionários possam compreender qual é a missão dessas maravilhas. O procurador Cleber Eustáquio Neves postulou o extermínio da acepção de número <b>5</b>: “(1899) <i>pej</i>. que ou aquele que trapaceia; velhaco, burlador”. E também da <b>6</b>: “<i>pej.</i> que ou aquele que faz barganha, que é apegado ao dinheiro; agiota, sovina”. O “pej.” colocado por Houaiss, em ambas as acepções, é um aviso de que são significados “pejorativos”. Assim como Houaiss informa ao leitor quando esta ou aquela definição é arcaica ou vem desta ou daquela língua ou refere-se a este ou àquele episódio histórico. </span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Como quem leu o verbete completo facilmente percebe, um dicionário tem como vocação dar todos os sentidos de uma palavra na língua. Tanto no presente, como no passado. Um dicionário é aquele que narra a trajetória, a evolução e as mudanças de significado de cada palavra ao longo de seu percurso no tempo e no espaço. Um dicionário conta a vida das palavras, com tudo o que a vida tem. Eliminar qualquer sentido de uma palavra é eliminar um pedaço de sua história – fazer de conta que essa história não aconteceu. Os próprios ciganos não deveriam querer que isso acontecesse, porque, ao apagar um sentido estarão eliminando uma das provas de que, em determinado período histórico, foram vistos como “trapaceadores, velhacos e burladores”. Ou “apegados ao dinheiro, agiotas, sovinas”.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Do mesmo modo que os negros não devem querer que seja apagada a escravidão da sua história, assim como os preconceitos e injustiças sociais que dela decorreram e que estão explicitados em algumas acepções do verbete “negro”. É por causa das consequências desses acontecimentos históricos, expressadas também em sentidos pejorativos para a palavra “negro”, que foi construído todo um movimento de resistência que pressionou – e pressiona – por políticas públicas. Mas, principalmente, porque não se apaga a história apagando-se sentidos de palavras. Se fosse assim, seria fácil mudar a vida.<br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Cabe a pessoas e grupos conferir novos significados às palavras no embate da História – e cabe ao dicionário registrar esses novos significados, sem, porém, eliminar a memória dos outros. A História é carregada por cada um que a viveu ou a herdou, seja um indivíduo ou uma sociedade. A tentativa de esquecimento nunca serve às vítimas – sempre aos algozes. Convenientemente se “esquece” as partes que não interessa lembrar – ou pior, apaga-se. Se teses como a do MPF de Uberlândia vingarem, os dicionários serão reduzidos à metade, assim como as enciclopédias, e não sobrará um livro de história inteiro.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Nas obras de ficção escritas no passado sobre um futuro possível e sempre assustador, porque cerceador de liberdades e dotado de uma humanidade robótica, tudo se passava em regimes totalitários. Como no próprio “Fahrenheit 451”, já citado, e no sempre lembrado “1984”, de George Orwell. Nenhum desses autores imaginou que coisas assim se passariam em uma democracia. Nem nós imaginaríamos que o Ministério Público, uma instituição democrática com reconhecidos serviços prestados em tantas áreas estratégicas para o país, faria algo assim. Esqueceu-se de que, se o totalitarismo é terrível, a ignorância também o é. E a ignorância não escolhe regime político.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O ataque ao Houaiss e à memória das palavras é um caso de ignorância. Dizem – e os números provam – que é dificílimo ser aprovado nos concursos para o Ministério Público Federal. Bem, sugiro que as próximas provas incluam uma pergunta sobre o que é um dicionário. Alguém que vai ocupar um posto tão importante precisa saber o que é um dicionário. E não estou sendo irônica. Gostaria de ter a escolha de ser, mas já ultrapassamos essa possibilidade quando o crime de ignorância foi cometido. E os verbetes “cigano” e “negro” – este último nem sequer é objeto da ação – desapareceram da versão eletrônica do Houaiss.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">É preciso prestar bastante atenção em outro aspecto desse caso. O Houaiss foi atingido porque não cumpriu a determinação. Segundo o MPF de Uberlândia, em entrevista à Folha de S. Paulo, foram enviados "diversos ofícios e recomendações" às editoras para que mudassem o verbete “cigano” nos dicionários que editam. De acordo com o órgão, as editoras Globo e Melhoramentos atenderam às recomendações. A Objetiva, que publica o Houaiss, não. A editora teria alegado que não poderia fazer a mudança porque a publicação é editada pelo Instituto Antônio Houaiss e que ela é apenas a detentora dos direitos relativos à publicação.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O que isso significa? Que os sentidos históricos, mas considerados “preconceituosos e racistas” pelo MPF, já foram eliminados de outros dicionários. E só ficamos sabendo dessa afronta à memória da nossa língua porque o Houaiss não foi modificado. Se tivesse sido, nem saberíamos. Teríamos ficado mais pobres – porque todos ficamos mais pobres quando nosso idioma é saqueado de sua história – sem saber. Por não ter cumprido a determinação do MPF, a editora Objetiva e o Instituto Antônio Houaiss poderão ter de pagar uma indenização de R$ 200 mil por danos morais coletivos. A Justiça Federal ainda não se pronunciou. E a esperança é de que esta conheça o significado do verbete “dicionário”.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Na última sexta-feira (2/3), o alerta de que os verbetes “cigano” e “negro” haviam desaparecido da versão eletrônica do Dicionário Houaiss se espalhou pela rede social Twitter. No sábado, a notícia foi registrada pela imprensa. O diretor do Instituto Antonio Houaiss, Mauro Villar, afirmou à Folha de S. Paulo que não partiu dele a ordem para a retirada dos verbetes. Villar garantiu que nunca teria suprimido as definições porque elas são "espelhos que refletem ocorrências" na língua. De quem partiu a ordem, então? E por quê? </span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O fato é que, até a manhã desta segunda-feira em que publico essa coluna, quem digitasse as palavras “cigano” e “negro” se depararia com o seguinte aviso: “A palavra não foi encontrada”. É curioso que os ciganos, que tantas vezes na História foram perseguidos e exterminados, agora vivam, pela própria vontade, uma espécie de genocídio pela palavra. O verbete – ou tudo o que são e viveram e que está contido na palavra “cigano” – foi apagado da versão eletrônica do Houaiss. Faz pensar, não?</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Posso estar sendo muito otimista, mas não acredito que esse absurdo vá perdurar. Imagino que logo os verbetes voltem à versão eletrônica – e cabe a nós denunciar se o conteúdo retornar alterado e empobrecido. Acredito também que as editoras que já retiraram os termos pejorativos dos dicionários que editam voltarão a incluí-los por dignidade e respeito à língua e seus falantes. Assim como espero que o Houaiss siga resistindo na integridade de sua versão impressa e de sua vocação. Tampouco acredito que a Justiça Federal acolha tal sandice. O caso já foi longe demais, para constrangimento de todos.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> O perigo maior mora no fato de que agressões desse porte, devagar e silenciosamente, vão impondo a pior de todas as censuras: a autocensura. Quem fizer a revisão periódica do Dicionário Houaiss pode preferir não comprar a briga numa próxima vez. Assim como quem retirou o verbete “cigano” da versão eletrônica já deu um passo além e, por precaução, suprimiu também o verbete “negro”. A autocensura vem se imiscuindo na sociedade brasileira com mais frequência e empenho do que a maioria de nós consegue perceber. E esse tipo de censura, por ser insidiosa, é muito mais difícil de combater.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Em 2010, testemunhamos a tentativa de retirar um livro infantil de Monteiro Lobato das escolas por trazer conteúdo “racista”. Da mesma maneira, um conto de Ignácio de Loyola Brandão e um livro de Monique Revillion foram censurados em escolas de ensino médio porque tinham “sexo” e “violência”, respectivamente, em seus conteúdos. Na ocasião, escrevi sobre esses casos <a href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI185788-15230,00-EM+NOME+DO+BEM+SE+FAZ+MUITO+MAL.html" target="_blank">aqui</a>.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Os protestos, especialmente com relação à obra de Monteiro Lobato, foram veementes na época. Mas, conversando com gente do mercado editorial, soube que o pior já começa a acontecer. Em um país que consome tão poucos livros quanto o Brasil, o melhor negócio para as editoras é conseguir incluir uma obra em algum dos programas governamentais de leitura. O governo – federal ou estadual – costuma encomendar uma tiragem alta. Para terem suas obras aprovadas na acirrada disputa desses programas, algumas editoras já começam a “enquadrar” os seus livros no politicamente correto para terem mais chance – ou apenas inscrever peças que se enquadrem, mesmo que exista outra com qualidade maior, mas, por exemplo, com uma cena de sexo.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Faz sentido supor que a equipe que escolhe as obras que serão aprovadas – mesmo que isso não seja pronunciado e, às vezes, seja até individual e inconsciente – vá eleger aquelas cujo conteúdo não possa dar nenhum tipo de incomodação ou polêmica. Para que se arriscar, afinal? Da mesma forma que bibliotecários de escolas, sejam públicas ou privadas, passaram a se policiar ao escolher os livros encomendados para não se indispor com os pais ou mesmo serem afastados pela direção – como já aconteceu no interior de São Paulo.</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Por mais que sejamos otimistas com relação aos seres humanos, sabemos que a maioria não vai se lembrar de que seu compromisso maior é com a qualidade da educação e da literatura que promovem. Ao contrário, vai preferir garantir sua tranquilidade, seu emprego e, no caso de algumas editoras, seus lucros. É assim que a censura vai se imiscuindo na vida democrática. E, claro, como possivelmente diria o procurador da República Cleber Eustáquio Neves, “é para o nosso bem”</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"> Os tempos são perigosos. Se nós – todos nós – não ficarmos vigilantes, continuaremos a ter nossa memória e cultura roubadas. Se o chefe do bombeiro Guy Montag, do “Fahrenheit 451”, sonhasse que um dia bastaria um clique na tecla “deletar” para acabar com um mundo inteiro de sentidos, talvez se tornasse o homem mais feliz do mundo. É curioso que atos ocorridos dentro de uma democracia sejam o sonho mais perfeito dos mais truculentos ditadores. Um clique. E nada mais.</span></div><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> * <i><span style="font-weight: normal;">Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br</span><br style="font-weight: normal;" /><span style="font-weight: normal;"> @brumelianebrum (Foto: ÉPOCA)</span></i></span></h2><h2 style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i><span style="font-weight: normal;"> </span></i></span></h2><h2 style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-weight: normal;">BRUM, Eliane. <b>Senhor Procurador, leia o verbete “dicionário”</b>. Revista Época. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/03/senhor-procurador-leia-o-verbete-dicionario.html. Acesso em: 06/03/2012.</span></span><i><span style="font-weight: normal;"><br />
</span></i></span></h2>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-33021872031061154352012-03-05T12:00:00.002-08:002012-03-05T12:00:06.846-08:00A origem do "uai"<div style="text-align: center;"><b> Interjeição característica de Minas Gerais torna-se alvo de toda sorte de palpites de </b></div><b> pseudoetimólogos sobre suas raízes na cultura.</b><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.revistalingua.com.br/imagem_p.ashx?file=arquivos/NVZ8Z2LRXLL75_20.jpg&x=510" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="175" src="http://www.revistalingua.com.br/imagem_p.ashx?file=arquivos/NVZ8Z2LRXLL75_20.jpg&x=510" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Segundo pseudoetimólogos, o ex-presidente Juscelino (centro) teria encomendado pesquisa sobre origem do "uai": fantasia e irresponsabilidade viram spam na internet</span></td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="text-align: justify;">Para os pseudoetimólogos, a origem das expressões é o assunto predileto. Apesar de étimos de expressões e de nomes próprios serem os mais difíceis de localizar nos textos, são ainda hoje as que no mercado etimológico têm mais demanda. Dou aqui um exemplo extraído do Correio Braziliense (supostamente, em seu suplemento Revista do Correio, de 18/1/2009), enviado a mim pela minha aluna Ágata Soares:<br />
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<br />
"Você sabia como surgiu a expressão popular dos mineiros "uai"? Segundo a professora Dorália Galesso, foi o presidente Juscelino Kubitschek que a incentivou a pesquisar a origem. Depois de exaustiva busca nos anais da arquidiocese de Diamantina e em antigos arquivos do estado de Minas Gerais, Dorália encontrou explicação. Os inconfidentes mineiros, patriotas, mas considerados subversivos pela coroa portuguesa, comunicavam-se através de senhas, para se protegerem da polícia lusitana. Como conspiravam em porões e sendo quase todos de origem maçônica, recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da maçonaria nas portas dos esconderijos. Lá de dentro, perguntavam: <br />
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- Quem é?<br />
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E os de fora respondiam: <br />
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- UAI - as iniciais de "União, Amor e Independência". <br />
<br />
<br />
Só mediante o uso dessa senha a porta seria aberta aos visitantes. Conjurada a revolta, sobrou a senha, que acabou virando costume entre as gentes das Alterosas. Os mineiros assumiram a simpática palavrinha e, a partir de então, a incorporaram ao vocabulário".<br />
<br />
<br />
<u><b>Achismos</b></u><br />
<br />
Quando encontro argumentos desse tempo, tenho vontade de desistir de qualquer contribuição para o estudo etimológico. Parece ser luta inglória combater algo que meios de comunicação difundem e os blogs inconsequentemente multiplicam. O pior é que todos falam com convicção inabalável sobre os seus achismos, como se qualquer tipo de explicação retirada da cartola fosse igualmente fidedigno. <br />
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<br />
Mário Prata, no prefácio de seu Mas Será o Benedito? (São Paulo: Globo, 1996) talvez seja o único que confesse honesta e abertamente a pilhéria escondida nas suas soluções: <br />
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"Sempre tive a curiosidade de saber a origem de certas expressões brasileiras. Comecei a pesquisar e descobri que cada autor (e/ou filólogo) dá uma versão diferente para a mesma expressão. 'Para inglês ver', por exemplo, encontrei quatro origens diferentes. Já que a situação era essa, resolvi escrever este livro, dando as minhas 'versões'. Apenas seis são reais e explicadas por Câmara Cascudo. Nestas dou a fonte (...) Invenção pura. Não leve a sério. Mas divirta-se!". <br />
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<br />
Apesar disso, nos blogs há muitos que inadvertidamente usam o livro de Prata como autoridade no assunto. Entretenimento não é conhecimento, embora a busca do conhecimento possa ser algo divertido, quando se tem o gosto pela pesquisa.<br />
<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.revistalingua.com.br/imagem_p.ashx?file=arquivos/NVZ8Z2LRXLL75_22.jpg&x=255" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.revistalingua.com.br/imagem_p.ashx?file=arquivos/NVZ8Z2LRXLL75_22.jpg&x=255" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Festa do uai", que ocorre todos os anos em Poços de Caldas (MG):<br />
interjeição que instiga o imaginário </td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table><br />
<u><b>Why x uai</b></u><br />
<br />
Voltemos ao "uai". Qual seria a minha posição? Antes de qualquer coisa, penso o seguinte: se etimologia é uma ciência, não existe a minha explicação. Eu não sei de antemão. Duvido que alguém saiba. A minha postura é metodológica: submetamos as propostas que existem a um rigor científico. Se não passarem, são achismos. Deveriam ser ignoradas. Por que digo que são achismos? Um dos comentaristas de um blog em que está divulgado o texto sobre o "uai" retruca: <br />
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<br />
"Eu conhecia a história de outra forma: a origem se deu pela presença inglesa na região e o termo why (por que), aí ficou 'uai'". <br />
<br />
<br />
Presença inglesa em Minas Gerais? Quando? Onde? Mesmo que houvesse (suponhamos, na criação da malha ferroviária do interior), essa presença seria tão influente assim? O que move a "teoria" desse leitor é a semelhança fonética. Isso é o mesmo que nada. Com base em duas ou três palavras é possível que imaginemos que qualquer língua do planeta tenha influência sobre outra. <br />
<br />
<br />
Já fizeram isso com o tupi e o japonês, com o quíchua e o húngaro. Em persa, "mau" se diz bad, como em inglês; em malaio mati é "olho", como em grego moderno. E daí? Coincidência. Na minha cidade de origem, Botucatu, houve um padre que jurava que o nome não vinha do tupi (significa "bons ares"), mas do sumério (e, nesse caso, significaria algo como "o ninho da serpente"). A pergunta que me cabe é: como os japoneses ou os sumérios tiveram contato com os tupis? Por que, rastreando a história do persa e do inglês (ou do malaio e do grego), observamos que havia formas mais antigas que surgiram independentemente e não eram tão parecidas com as formas modernas? E mais: por que só essas palavras sobraram, se houve esse suposto contato? <br />
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<u><b>Maçonaria</b></u><br />
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A distância não é problema: o malgaxe e o rapanui são línguas faladas a muitos milhares de quilômetros do grande foco das línguas malaio-polinésias, no entanto são línguas malaio-polinésias, pois não só há muitas palavras parecidas em seu vocabulário, mas a estrutura linguística é parecida. Semelhanças entre apenas uma ou outra palavra, bem como semelhanças fonéticas ou sintáticas não valem. Não garantem afiliação de modo algum. Nesse erro, porém, estão muitos linguistas americanos, como Merrit Ruhlen, porta-voz do trombettismo.<br />
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Mas e a hipótese maçônica do "uai"? Primeiramente, eu gostaria de observar o seguinte. Interjeições não são palavras. Apesar de tradicionalmente serem estudadas pela Morfologia, as interjeições são signos linguísticos muito especiais. Independem da oração, às vezes valem por uma oração inteira. Não participam do mesmo sistema fonológico presente nas demais palavras (por exemplo, em português, as interjeições podem ter vogais longas, cliques, tons e outros fenômenos não distintivos). <br />
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<u><b>Mentira</b></u><br />
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Se expressões e nomes próprios têm etimologias muito difíceis, as interjeições, a meu ver, têm etimologia impossível. Na onda das interjeições estão as "palavras expressivas". Além disso, a explicação etimológica por meio de uma sigla U.A.I. é banalíssima e muito antiga. Daí a bobagem de dizer que a palavra news é um acróstico dos quatro pontos cardeais (north, east, west, south) ou que a da palavra latina cadaver seria, segundo o raciocínio medieval, o truncamento das primeiras sílabas da expressão caro data vermibus (carne dada aos vermes). Na verdade a palavra cadaver está ligada ao mesmo radical do verbo cadere (cair, morrer). Platão caiu nesse tipo de etimologia fantasiosa. O pior é que mil anos de verdade não conseguem vencer um segundo de mentira, se essa mentira tiver apelo.<br />
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Mais preocupante que imaginar que interjeições têm etimologia e que "uai" provenha de uma sigla é a própria história em si narrada pelo texto. Se houvesse algum fundo de verdade, o contrário teria acontecido: os inconfidentes maçônicos se teriam valido da interjeição já existente para fazer sua senha de modo mnemônico e não o contrário. <br />
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Como explicar a espantosa divulgação desse "uai" maçônico na boca do povo não maçom? Como se tornou espontâneo tão rapidamente? Questionamentos sobre a divulgação das palavras raramente são feitos. Palavras de origem artificial, como seria o caso, só têm ampla divulgação, antes da invenção do rádio, televisão e internet, nas classes baixas, se estiverem vinculadas aos ambientes que seus integrantes frequentem (por exemplo, a igreja ou a escola primária). O pseudoetimólogo vale-se do desconhecimento histórico do falante para inventar qualquer explicação inverossímil.<br />
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<u><b>Dialetologia </b></u></div><div style="text-align: justify;">Eu teria ainda outra pergunta, mais complexa: quem disse que "uai" é exclusivamente mineiro? Todo mineiro usa "uai"? Só se usa "uai" em Minas? E as cidades de fronteira? Não há estudos sérios de dialetologia que respondam isso. Tenho dificuldade de imaginar que, passada a fronteira fictícia de algum estado, algo substancial aconteça, mas é dessa forma artificial que os nacionalismos criam línguas até então inexistentes, como ocorreu com o sérvio, o croata e o bósnio. Quando a federação divide dois estados, cada um passa a ter automaticamente peculiaridades distintivas? Ou isso vem do nosso preconceito e necessidade de colocar tudo e todos em rótulos? Richard Dawkins chama isso de "pensamento descontínuo". Dele nem mesmo os pesquisadores da linguagem estão a salvo se não refletirem bem. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Mário Eduardo Viaro é professor de língua portuguesa na USP e autor dos livros Por Trás das Palavras (Globo: 2004) e Etimologia (Contexto: 2011) </div><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">VIARO, Mario Eduardo. <b>A origem do "uai"</b>. Revista Língua Portuguesa. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12487. Acesso em: 05/03/2012.</span>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-86086384799537235042012-03-04T12:00:00.000-08:002012-03-04T12:00:04.960-08:00Linguagem militar<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.rumoaesfcex.com.br/wp-content/uploads/2011/07/sam_8305-copy1.jpg?w=296" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="http://www.rumoaesfcex.com.br/wp-content/uploads/2011/07/sam_8305-copy1.jpg?w=296" width="197" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">1º Ten Al Abner - QCO Informática</td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"> Hoje podemos falar em <b>jargão de classe</b> - que são palavras ou expressões compreendidas e reconhecidas por todos os profissionais que pertencem a uma determinada classe: médicos (<b>jargão médico</b>), advogados (<b>jargão jurídico</b>), operários da construção civil (<b>jargão dos operários da construção civil</b>), policiais (<b>jargão policial</b>) etc.; jargão local - que é o<b> jargão </b>de uma classe de profissionais de uma determinada cidade ou região geográfica (por exemplo, o jargão dos policiais mineiros, que difere do jargão dos policiais cariocas, que difere do jargão dos policiais paulistas etc.); além de haver, é claro, o<b> jargão específico</b> dos profissionais de uma determinada empresa ou instituição.</div><div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"> Segue abaixo algumas dicas do 1º Ten Al Abner sobre termos e jargões militares: </div><div style="text-align: justify;"><strong><br />
</strong></div><strong>Acochambrar</strong> = Relaxar, vagabundear<br />
<br />
<strong>Bizonho</strong> = inexperiente, burro<br />
<br />
<strong><strong>Bizu</strong> = </strong>Dica<br />
<br />
<strong>Ir na rota</strong>= Seguir destino. <strong></strong><strong>Carcaça</strong> = Porte físico<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Embuste</strong> = Gabar-se, “tirar onda”, “contar vantagem”<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Escamotear</strong> = fugir de responsabilidades<br />
<br />
<strong>Farândula</strong> = grupo desorganizado<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Felpa</strong> = comida, conforto<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Felpudo</strong> = confortável<br />
<br />
<strong>Jangal</strong> = Situação ruim (estar no jangal = estar na maike)<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Laranjeira</strong> = quem vive dentro do quartel, quem mora no quartel<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Mocorongo</strong> = nao sabe da palpites, bizonho<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Mulambo</strong> = mal feito, mal vestido<br />
<strong> </strong><br />
<strong>NA</strong> = Norte Americano, equipamento de boa qualidade<br />
<strong> </strong><br />
<strong>NF</strong> = não flexão<br />
<br />
<strong>NN</strong> = não nadador<br />
<br />
<strong>Paisano</strong> = Civil<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Piruar</strong> = (verbo) Pedir, ver se consegue algum favor.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Saca</strong> = Balada, noitada<br />
<br />
<strong>Safo</strong> = Militar bom no que faz, experiente<br />
<br />
<strong>Sanhaço</strong> = Situação desesperadora, sin.:jangal<br />
<br />
<strong>Torar</strong> = Dormir<br />
<br />
<strong>Ultima form</strong>a = esqueça o que eu disse<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Zaralho</strong> = bagunça<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Zero</strong> = estar entre os 10 primeiros da turma<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Zero um</strong> = Melhor colocado, cabeça da turma<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Dar sopa na crista</strong> -: Aparecer muito, e acabar se f………<br />
<strong> </strong><br />
<strong>PQD</strong> -: paraquedista.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Pé de Poeira</strong> -: Militares da Infantaria.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Meu peixe</strong> -: significa meu protegido dentro do quartel, sin: Peixada<br />
<br />
<strong>Ler o celotex</strong> -: Verificar avisos no quadro mural.<br />
<br />
<strong>Peguei uma Vermelh</strong>a -: Estar de serviço sábado ou domingo, ou nos feriados.<br />
<br />
<strong>Peguei uma Preta</strong> -: Estar de serviço qualquer dia 2a. a 6a.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Cobertura</strong> -: Quepe ou Capacete.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Catanho</strong> -: Lanche em um saco plástico constituído de um pão, umas “melhorias” e uma laranja.<br />
<br />
<strong>Bivaque</strong> -: Acampar sem barracas, somente com a capa de chuva. Famoso “Charutu”<br />
<strong></strong><br />
<strong>Arrego</strong> – Desistir ou também usado pra demostrar insatisfação.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Gandola</strong> – “Blusão” de tecido mais grosso que se usa por cima da camisa camuflada. Tem botões e manga<br />
comprida, mas geralmente se usa a manga dobrada numa altura logo acima do cotovelo.<br />
<br />
<strong>Dar golpe</strong> – Burlar um regulamento<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Voador</strong> – Aquele militar que tá sempre sumindo pelo quartel pra não receber missão.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Raro</strong> – Aquele militar lerdo<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Desunido</strong> – Aquele que não se preocupa com o bem da tropa e sim com o próprio bem<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Acochambrão</strong> – Militar que sempre arranja alguma desculpa pra não trabalhar ou que sempre descansa na<br />
hora de ralar.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Aloprar</strong> – Tocar o horror.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Boca Podre</strong> – Missão muito desagradável.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Rolha</strong> – Missão fácil.<br />
<br />
<strong>PC</strong> – Posto de comando. Geralmente se utiliza pra falar do escritório do comandante.<br />
<strong> </strong><br />
<strong>Suco de Amarelo</strong> / <strong>de Vermelho</strong> etc. – Suco servido no rancho, que ninguem consegue saber o que é. .<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>Pica fumo</strong>: mais moderno, recém formado.<br />
<strong> </strong></div><div style="text-align: justify;"><strong>Bodoso</strong> : Uma coisa grande, cheia de detalhes.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>Alvorada</strong>: Além de início da manhã, nascer do sol e etc… Também é uma gíria militar que tem o sentido de começar o dia, ou horário em que os militares levantarão da cama. Toque de Alvorada.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>Furriel</strong>: função ou cargo de quem é responsável por “pagar/cobrar”, como se fosse um tesoureiro.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong>Dar o Pronto</strong>: Após terminar uma missão, reportar ao superior que a missão foi cumprida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;">______. <b>Você sabe o que é jargão?</b>. Português hoje. Disponível em: http://www.portugueshoje.com.br/2011/03/voce-sabe-o-que-e-jargao.html. Acesso em: 04/03/2012.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;">______. <b>Acostumando-se com a linguagem militar.</b> Rumo a Esfcex. Disponível em: http://www.rumoaesfcex.com.br/blog/2011/07/31/acostumando-com-a-lingua-militar/. Acesso em: 04/03/2012.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com33tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-38951948533700404842012-03-03T12:00:00.003-08:002012-03-03T12:00:03.159-08:00Jargões dominam linguagem empresarial<div class="font_materia" id="materia_chamada" style="text-align: center;"><b> Termos em inglês e dialeto corporativo ganham espaço nas grandes empresas </b></div><div class="font_materia" id="materia_chamada" style="text-align: justify;"></div><div class="font_materia" id="materia_chamada" style="text-align: justify;"><div id="materia_texto"><div id="div_texto" style="overflow: auto; overflow: hidden;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://brunoshiguemoto.files.wordpress.com/2011/02/falar-demais-c3a9-constrangedor.jpg?w=300&h=308" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://brunoshiguemoto.files.wordpress.com/2011/02/falar-demais-c3a9-constrangedor.jpg?w=300&h=308" /></a></span></div><span style="font-size: small;">O executivo chega à empresa e a primeira coisa que faz ao ligar o computador é realizar o login para acessar o seu network. Depois ele preenche um memo file e vai para uma reunião de skip level. Entendeu? Pois esta é uma nova linguagem que surge dentro do meio profissional, sobretudo, em grandes companhias, ou melhor, empresas globais. São os jargões corporativos. <br />
<br />
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Até o famoso "caixa 2", tão em voga ultimamente, ganhou definições como "recursos financeiros não contabilizados". Seja nos negócios ou na política, dizer o óbvio não basta, tem que complicar para parecer mais pomposo. Mas até onde essa onda de termos em inglês e de expressões prolixas e redundantes é necessária? "É claro que quanto mais a linguagem for clara e objetiva, melhor. No entanto, para os negócios o inglês é uma língua universal e oficial. Mas deve-se fazer um esclarecimento sobre o significado do termo e evitar o uso exagerado", sugere o especialista em recursos humanos Cícero Domingos Penha. <br />
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<br />
Na American Express (Amex), uma das maiores corporações do mundo, esta situação de usar expressões em inglês é tratada de forma dúbia. "O nosso objetivo e preocupação é falar a língua do país onde operamos.<br />
<br />
Todos os materiais de treinamento e comunicação são traduzidos para o português. Agora, não dá para fazer isso em 100% das situações", observa o vice-presidente de Serviços de Atendimento ao Cliente da Amex no Brasil (ou em inglês se preferir, president of Costumer Service International), Mauricio Icaza. A sua função também em inglês é facilmente explicável. "Praticamente metade dos cargos da Amex é em português e inglês", destaca a gerente de comunicação ou comunication manager da Amex, Adriana Souza. <br />
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O presidente de serviços de atendimento argumenta que a globalização e os inúmeros termos advindos da informática conspiram para que a língua inglesa esteja sempre bastante presente no cotidiano dos funcionários da Amex. Além, é lógico, da origem da empresa, que está até no seu nome. "Não dá para traduzir, ao pé da letra, a palavra software (programas de computador), por exemplo. Fica uma coisa até engraçada. Nestes casos, usamos a palavra em inglês entre aspas ou em itálico. Esta é uma tendência mundial, não dá para evitar", avalia Icaza. <br />
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Ele admite que os jargões são muito usados na empresa de cartões de crédito. "Essa contradição de traduzir tudo está até no nome da American Express. Ficaria Expresso Americano, o que dá a impressão que estaríamos em um trem", brinca. Nomes próprios, principalmente de produtos, reuniões e interações dentro da estrutura da Amex, não são traduzidos. "Esta é a nossa linguagem própria e a maioria dos nomes é em inglês. Mas com os clientes só usamos para designar os produtos", define o executivo. <br />
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A empresa norte-americana atua em países de todo o mundo que falam 60 línguas diferentes. "Por isso, temos que ter esta flexibilidade. Porque uma tradução pode deixar o termo engraçado ou o conteúdo da mensagem pode perder o sentido. Precisamos ter esta flexibilidade", enfatiza Mauricio Icaza. No entanto, o executivo da Amex, que é nicaragüense, utiliza um exemplo pessoal. "Como parte da minha ética profissional e também da empresa, não iria falar ?portunhol?, quando vim morar no Brasil. Fiz questão de aprender a língua para me comunicar com os clientes e parceiros de negócios", salienta. <br />
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"A pessoa que se comunica bem no mundo empresarial precisa adequar a linguagem ao público certo, utilizando as expressões, em inglês ou português, de forma adequada e no tempo certo. Assim, ele consegue avançar na sua carreira e obtém melhores resultados", sintetiza Cícero Domingos Penha. <br />
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<b>Skip Level</b><br />
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Adriana de Souza coordena as traduções dos termos, já que os treinamentos para os funcionários são em português, mas a terminologia dos sistemas e seus menus são todos em inglês. "Desenvolvemos um fórum de alinhamento de tradução padrão", revela. Ela explica que o termo skip level é usado para designar as reuniões em que participam dois funcionários de níveis hierárquicos diferentes. Já o memo file é a ficha onde os funcionários anotam as informações repassadas aos clientes. Eles fazem isso depois de se logar (colocar a senha) no terminal de computador para entrar na rede de trabalho da empresa (network).<br />
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<span style="font-size: xx-small;"> FERNANDES, Arthur. <b>Jargões dominam linguagem empresarial.</b> Correio de Urberlândia. Disponível em: http://www2.correiodeuberlandia.com.br/texto/2005/07/31/11406/jargoes_dominam_linguagem_empresari.html. Acesso em: 02/03/2012.</span></span></div></div></div><b></b></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-35984250617123940922012-03-02T12:02:00.000-08:002012-03-02T12:02:46.859-08:00A "língua" do pensamento<h2 style="color: black; font-weight: normal; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><b><span class="Olho">A ideia de que pensamos independentemente da língua que falamos inquieta muitos pensadores e cientistas</span></b></span></h2><h2 style="color: black; font-weight: normal; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><b><span class="Olho"> </span></b></span></h2><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><a href="http://revistaeducacao.uol.com.br/imagens/foto_destq01_v7396.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="http://revistaeducacao.uol.com.br/imagens/foto_destq01_v7396.jpg" width="320" /></a></div><h2 style="color: black; font-weight: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b><span class="Olho"></span></b>Por mais distintas que as línguas sejam, praticamente tudo que pode ser dito em uma língua pode ser dito nas demais. Certas palavras não encontram equivalentes exatos em outros idiomas, as estruturas sintáticas são muito diferentes, mas o sentido geral das frases tende a permanecer o mesmo. Tanto que, salvo em traduções de poesia, em que a expressão é tão importante quanto o conteúdo, o que se traduz num texto é o seu sentido geral e não o significado termo a termo, a chamada tradução literal, que muitas vezes conduz a enunciados sem sentido.</span></h2><h2 style="color: black; font-weight: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></h2><div style="color: black; text-align: justify;">Essa possibilidade quase irrestrita de tradução é possível porque o "sentido geral" a que estou me referindo é algo que transcende a língua. Trata-se de uma representação mental que fazemos da realidade e prescinde de palavras. Mas tampouco se dá por imagens ou outros símbolos dotados de um significante material. Tanto que cegos de nascença, surdos-mudos e indivíduos privados da linguagem por alguma patologia são perfeitamente capazes de pensar e compreender a realidade.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Categorias</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><b><br />
</b>Também comprovam a existência dessa representação mental puramente abstrata situações como quando não recordamos uma palavra, mas, mesmo assim, sabemos o que queremos dizer, ou quando alguém diz algo e, tempos depois, lembramos o que foi dito, mesmo tendo esquecido as palavras exatas. A ideia de que pensamos independentemente da língua que falamos e mesmo de outros sistemas simbólicos (sons, gestos, desenhos, esquemas) é bem antiga e tem inquietado muitos pensadores e cientistas ao longo do tempo.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Aristóteles já havia postulado que o pensamento se estrutura em torno de categorias gerais (substância, qualidade, ação), de tal modo que tudo o que possamos conceber se encaixe numa dessas categorias. O raciocínio seria, então, a combinação dessas categorias ou conceitos por meio de regras bem definidas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Curiosamente, tais categorias inspiraram o que chamamos hoje de classes gramaticais: substantivo, adjetivo, verbo, etc. (Não que essas classes sejam um espelho fiel do nosso pensamento; trata-se de mera aproximação feita pelos gramáticos.) Igualmente, as regras de combinação das categorias aristotélicas deram origem, de um lado, à lógica e, de outro, à sintaxe.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">No século 17, o filósofo inglês John Locke afirmou que tudo o que podemos conceber seria uma combinação de noções de base, ou qualidades (existência, extensão, forma, movimento, cor). Para Locke, haveria ideias primeiras (aquelas que não podem ser reduzidas a outras ainda mais simples) e conexões entre elas. Por exemplo, o ouro é a conjunção das qualidades material, inanimado, sólido, amarelo, brilhante, metálico, valioso, e assim por diante.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Combinatória</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><b><br />
</b>Afirmando que só é possível pensar por meio de algum tipo de linguagem, não importando a sua natureza, e inspirados na doutrina atomista dos gregos Leucipo e Demócrito, Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein propuseram que qualquer conceito linguístico pode ser decomposto em conceitos cada vez mais simples, até o ponto em que não possam mais ser decompostos. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Decorre dessa teoria (embora os próprios autores não tenham dito isso) que o pensamento seria uma combinação sintática de conceitos que, por sua vez, seriam "pacotes" estruturados de atributos mínimos. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Fazendo uma analogia, fatos do mundo real são interações entre objetos formados de átomos ou de partículas ainda menores. Se o pensamento é a representação mental da realidade exterior, então a mente seria povoada por "objetos" (conceitos) compostos de partículas mínimas hierarquicamente organizadas, os quais interagem por meio de relações lógicas e abstratas. Isso explicaria por que substância, qualidade e ação são categorias universais e por que classes como substantivo, adjetivo e verbo existem em todas as línguas - ainda que, no plano da superfície discursiva, possam estar mascaradas em algumas delas.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Paralelamente, os estudos de Noam Chomsky sobre a aquisição da linguagem e a competência linguística demonstraram que, por mais pobres que sejam os estímulos vindos do meio, toda criança aprende a falar muito cedo e é capaz de formular corretamente frases que jamais ouviu antes. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Para Chomsky, há um inatismo na linguagem: não importa em qual língua a criança seja criada nem quanto (ou quão pouco) esforço os adultos circundantes dediquem a educá-la, ela sempre aprende a dominar o código com total competência. (Não estou falando aqui de dominar a norma culta, que, por sinal, a maioria das línguas não tem, mas de ser plenamente capaz de comunicar-se com seus semelhantes.)</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Plataforma</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><b><br />
</b>Para explicar esse paradoxo, Chomsky postula que a aptidão linguística é inata e se dá por módulos cerebrais. É como se o cérebro fosse o hardware no qual já viesse de fábrica um sistema operacional capaz de processar qualquer software linguístico (isto é, qualquer língua). A esse sistema Chomsky chamou de Gramática Universal (GU). Assim, se o cérebro é como um computador, a GU é a plataforma (como o Windows, por exemplo) na qual roda o "software" linguístico instalado (no nosso caso, algo como o programa "português.exe"). A fala é então o produto do processamento desse programa, como o papel que sai da impressora.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Mas, se não pensamos só com palavras, a GU, sendo uma plataforma de processamento linguístico, provavelmente ainda não é o sistema de base do pensamento: deve haver um sistema ainda mais básico, que permite "rodar" não só línguas mas todos os demais códigos simbólicos já inventados ou por inventar.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><b>Subjacente</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><b><br />
</b>Em 1975, o filósofo cognitivista Jerry Fodor publicou The Language of Thought ("A linguagem do pensamento"), em que propõe a existência de uma espécie de linguagem (LOT, na sigla em inglês) subjacente aos processos mentais. De modo geral, a teoria sustenta que o pensamento segue regras análogas às da língua. Só que sem palavras ou signos. Seria uma linguagem abstrata, cuja representação simbólica para fins operacionais se assemelha a equações matemáticas. Essa "linguagem", biológica (portanto, inata) e situada no nível hiperprofundo da mente, vem sendo chamada de "mentalês" pelas ciências cognitivas e pela neurociência. Várias teorias paralelas à GU e à LOT têm sido desenvolvidas. Dentre as mais importantes estão a noêmica de Bernard Pottier, a semântica cognitiva de François Rastier e a psicologia cognitiva de Steven Pinker. Eu mesmo venho realizando pesquisas sobre o assunto, algumas já publicadas. É importante dizer que todas as teorias, apesar das diferenças, são tributárias de um mesmo princípio, já intuído pelos gregos na Antiguidade. Como diria Mário Quintana, não há nada que possamos pensar que algum grego já não tenha pensado. </div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black;"><b>*Aldo Bizzocchi</b> é doutor em linguística pela USP e autor de Léxico e Ideologia na Europa Ocidental (Annablume)</div><div style="color: black;"><a href="http://www.aldobizzocchi.com.br/" target="_blank"><u>www.aldobizzocchi.com.br</u></a></div><div style="color: black;"><br />
</div><span style="color: black; font-size: xx-small;">BIZZOCCHI, Aldo.<b> A "língua" do pensamento. </b>Revista Lìngua. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/178/a-lingua-do-pensamentoa-ideia-de-que-pensamos-independentemente-da-246018-1.asp. Acesso em: 02/03/2012.</span><u><br />
</u>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-92130457829574374692012-03-01T12:00:00.004-08:002012-03-01T13:48:38.715-08:00A língua muda conforme situação<div id="texto"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-nclYvQTB6Ao/TdSPWh4LnGI/AAAAAAAALt8/oF8QeMHMFM4/s1600/Fala+A%25C3%25AD.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-nclYvQTB6Ao/TdSPWh4LnGI/AAAAAAAALt8/oF8QeMHMFM4/s320/Fala+A%25C3%25AD.jpg" width="320" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;">A língua varia no tempo e no espaço. Há ainda as variações linguísticas dos grupos sociais (jovens, grupos de profissionais, etc) e até mesmo, há variação quando um único indivíduo, em situações diferentes, usa diferentemente a língua, de forma a se adequar ao contexto de comunicação. Uma dessas variações é a "gíria", que são as palavras que entram e saem da moda, de tempos em tempos.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Você conhece o "Dicionário dos Mano"? Aqui vão alguns exemplos:</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"></div><br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não briga: arranja treta </li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não cai: capota.<br />
</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não entende: se liga.<br />
</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não passeia: dá um rolê.</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não come: ranga.<br />
</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não fala: troca ideia<br />
</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;"> Mano não ouve música: curte um som.<br />
<br />
A gíria teve sua origem na maneira de falar de grupos marginalizados que não queriam ser entendidos por quem não pertencesse ao grupo. Hoje, entende-se a gíria como uma linguagem específica de grupos específicos, como os jovens. Grupos sociais distintos têm seus "modos de falar", como é o caso dos mais escolarizados e, até mesmo, os grupos profissionais que se expressam por meio das linguagens técnicas de suas profissões.<br />
<br />
<h3> Jargão</h3><br />
Jargão é o modo de falar específico de um grupo, geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc.<br />
<br />
Imagine que você foi a um hospital e ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um deles disse:<br />
<br />
"Em relação à dona Fabiana, o prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do remédio."<br />
<br />
É provável que você tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou. Isso porque ele utilizou, com seu colega de trabalho, termos com os quais os dois estão acostumados. Com a paciente, o médico deveria falar de uma maneira mais simples. Assim:<br />
<br />
<i>"Bem, dona Fabiana, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas" </i><br />
<h3> </h3><h3>Diferentes situações de comunicação</h3><br />
Uma mesma pessoa pode escolher uma forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar mais informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes, isso não acontece conosco, no cotidiano? Na família e com amigos, falamos de uma forma, mas numa entrevista para procurar emprego é muito diferente. Essas diferenças linguísticas dependem de:<br />
<br />
</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;">familiaridade ou distância dos que participam do ato de linguagem;<br />
</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;">grau de formalidade da ocasião;</li><br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div><br />
<br />
<li style="color: black; text-align: justify;">tipo de texto usado: conferência, texto escrito, conversa, artigo etc.</li><br />
<br />
<br />
<div style="color: black;"></div><div style="color: black;"></div></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Portanto, para saber se adequar a diferentes situações de comunicação, com variações linguísticas próprias de cada ocasião, você precisa ser um "poliglota na própria língua"...</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;">NERY, Alfredina. <b>A língua muda conforme situação.</b> UOL Educação. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/portugues/giria-e-jargao-a-lingua-muda-conforme-situacao.jhtm. Acesso em: 01/03/2012.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-70748612666590451242012-02-29T17:24:00.001-08:002012-02-29T17:25:36.446-08:00Níveis da Linguagem<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/imagens/aprendizagem/5bilingue.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://educarparacrescer.abril.com.br/imagens/aprendizagem/5bilingue.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> A <b style="color: black;">língua </b><span style="color: black;">e os </span><b style="color: black;">níveis da linguagem</b><span style="color: black;"> pertence a todos os membros de uma comunidade e é uma entidade viva em constante mutação. Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos. Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos (neologismos), quando consagrados pelo uso. Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os computadores e a internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos — alguns necessários, porque não havia equivalentes em Português; outros dispensáveis, porque duplicam palavras existentes na linguagem. O único critério para sua integração na língua é, porém, o seu emprego constante por um número considerável de usuários. </span></span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> De fato, quem determina as transformações lingüísticas e os níveis de linguagem é o conjunto de usuários, independentemente de quem sejam eles, estejam escrevendo ou falando, uma vez que tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores: regionais, sociais, intelectuais etc. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">“O movimento de 1922 não nos deu — nem nos podia dar — uma <b>‘língua brasileira’,</b> ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros [...] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.” (Celso Cunha) </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i>A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros <br />
Vinha da boca do povo na língua errada do povo <br />
Língua certa do povo <br />
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil </i><br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">(Manuel Bandeira) </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Embora as <b>variações lingüísticas </b>e níveis da linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A <b>língua escrita</b> obedece a <b>normas gramaticais</b> e será sempre diferente da <b>língua oral</b>, mais espontânea, solta, <b>livre</b>, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns lingüistas, criou no Brasil um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros: “No português do Brasil, a distância entre o nível popular e o nível culto ficou tão marcada que, se assim prosseguir, acabará chegando a se parecer com o fenômeno verificado no italiano ou no alemão, por exemplo, com a distância entre um dialeto e outro.” (Evanildo Bechara, Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?) </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Com base nessas considerações, não se deve reger o <b>ensino da língua</b> pelas noções de certo e errado, mas pelos conceitos de adequado e inadequado, que são mais convenientes e exatos, porque refletem o uso da língua nos mais diferentes contextos. Não se espera que um adolescente, reunido a outros em uma lanchonete, assim se expresse: “Vamos ao shopping assistir a um filme”, mas aceita-se: “Vamos no shopping assistir um filme”. Não seria adequado a um professor universitário assim se manifestar: “Fazem dez anos que participo de palestras nesta egrégia Universidade, nas quais sempre houveram estudantes interessados”. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Escrever conforme a <b>norma culta</b> — que não representa uma camisa-de-força, mas um tesouro das formas de expressão mais bem cultivadas da língua — é um requisito para qualquer profissional de nível universitário que se pretenda elevar acima da vala comum de sua profissão. O domínio eficiente da língua, em seus variados registros e em suas inesgotáveis possibilidades de variação, é uma das condições para o bom desempenho profissional e social. </span></div><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b> </b></span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b> </b>A linguagem popular ou coloquial </span></h2><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambigüidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular está presente nas mais diversas situações: conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão dos estados emocionais etc. </span></div><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A linguagem culta ou padrão </span></h2><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.</span></div><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b> </b></span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b> </b>Gíria</span></h2><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Segundo Mattoso Câmara Júnior, “estilo literário e gíria são, em verdade, dois pólos da Estilística, pois gíria não é a linguagem popular, como pensam alguns, mas apenas um estilo que se integra à língua popular”. Tanto que nem todas as pessoas que se exprimem através da linguagem popular usam gíria. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais “que vivem à margem das classes dominantes: os estudantes, esportistas, prostitutas, ladrões” Eles a usam como arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo próprio grupo. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Assim a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i>Caracterizada como um vocabulário especial a gíria surge como um signo de grupo, a princípio secreto, domínio exclusivo de uma comunidade social restrita (seja a gíria dos marginais ou da polícia, dos estudantes, ou de outros grupos ou profissões). </i></span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> <i>(...) Ao vulgarizar-se, porém, para a grande comunidade, assumindo a forma de uma gíria comum, de uso geral e não diferenciado, (...) torna-se difícil precisar o que é de fato vocábulo gírio ou vocábulo popular </i></span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><i> (...) É expressa freqüentemente sob forma humorística (e não raro obscena, ou ambas as coisas juntas), como ocorre, por exemplo, em certos signos que revelam evidente agressividade, como bicho, forma de chamamento que na década de 1970 substituía amigo, colega, cara; coroa, para pessoa mais idosa, madura; quadrado, em lugar de conservador tradicional, reacionário; mina, para namorada, forma trazida da linguagem marginal da prostituição, onde origina lmente signca mulher rendosa para o malandro, que vive à custa dela etc. </i><br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">(Dino Pretti) </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Primeiro, ela pinta como quem não quer nada. Chega na moral, dando uma de Migué, e acaba caindo na boca do povo. Depois desba ratina, vira lero-lero, sai de fininho e some. Mas, às vêzes, volta arrebentando, sem o menor aviso. Afinal, qual é a da gíria? <br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">(Cássio Schubsky, Superinteressante) </span></div><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> Linguaguem vulgar </span></h2><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Existe uma linguagem vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar multiplicam-se estruturas com “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”, “Vamo i no mercado”. </span></div><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"></span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></h2><h2 style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Linguaguem regional </span></h2><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b>Exemplo do </b><b>falar gaúcho: </b></span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão. <br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho. <br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">— O senhor quer que eu deite logo no divã? <br />
— Bom, se o amigo quiser dançar uma marcha, antes, esteja a gosto. Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro. <br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">(Luís Fernando Veríssimo, O Analista de Bagé) </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b>Exemplo do </b><b>falar caipira: </b></span></div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"><br />
</div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">Aos dezoito anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num adjutório, e abriu o pé no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos em riba dele, afora o afilhado. <br />
— Padrinho, evim cá chamá o sinhô pra mode i morá mais eu. <br />
— Quá,flo, esse caco de gente num sai daqui mais não. <br />
— Bamo. Buli gente num bole, mais bicho... O sinhô anda perrengado... <br />
</span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;">(Bernardo Élis, Pai Norato) </span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: black;"><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></div><div style="color: black;"><b><span style="font-size: x-small;"><br />
</span></b></div><div style="color: black;"><b><span style="font-size: x-small;"><span style="font-size: xx-small;">_________. Níveis da Linguagem. Cola da Web. Disponível em: http://www.coladaweb.com/redacao/niveis-da-linguagem. Acesso em: 29/02/2012.</span></span></b></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-87992583492548173192011-11-12T07:51:00.000-08:002011-11-12T08:00:23.772-08:00Internet ajuda a popularizar linguagem "universal"<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://p1.trrsf.com.br/image/get?o=cf&w=619&h=464&src=http://img.terra.com.br/i/2010/08/15/1626215-1091-atm14.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="http://p1.trrsf.com.br/image/get?o=cf&w=619&h=464&src=http://img.terra.com.br/i/2010/08/15/1626215-1091-atm14.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Poema de García Lorca em esperanto é exibido em livraria espanhola<br />
<i>Foto: EFE</i></td></tr>
</tbody></table><div class="page fontsize p1 printing" id="SearchKey_Text1" style="color: black;"><div style="text-align: justify;">Que as pessoas de todo o mundo possam se entender graças a uma língua comum é uma utopia perseguida, por filantropia ou puro pragmatismo, há milênios. A narração bíblica da Torre de Babel teve sua enésima versão quando, no final do século XIX, um médico polonês difundiu uma língua adaptada para se tornar um idioma auxiliar internacional.</div><div style="text-align: justify;">Ludwik Lejzer Zamenhof, oftalmologista e linguista polonês de origem judaica, assinou seu primeiro livro, <i>A língua internacioal</i> - publicado em 1887 - como Doktoro Esperanto (Doutor Esperanto), um pseudônimo que daria nome à nova linguagem artificial, em cuja criação ele havia trabalhado por mais de uma década.</div><br />
Seu objetivo era que ela servisse como um idioma auxiliar internacional, uma segunda língua de fácil aprendizagem que permitisse a pessoas de qualquer parte do mundo se entenderem. Um papel utópico que, bem ou mal, tem sido desempenhado pelo inglês - ainda que a língua inglesa não tenha o caráter neutro com que sonhou Zamenhof.<br />
<br />
Atualmente, aquela que muitos consideram uma língua morta é falada por um número de pessoas que, segundo fontes, oscila entre cem mil e dois milhões em todo o mundo, da China à América Latina. É uma estimativa ampla, que "se deve a não haver um censo que investigue o número de falantes do esperanto e ao fato de se poder incluir nesse número desde quem só sabe dizer 'bom dia' até quem a utiliza diariamente", explica o presidente da Federação Espanhola de Esperanto, Pedro Hernández.<br />
<br />
"Na Espanha, as últimas estatísticas que tenho dizem que há cerca de 15 mil falantes de esperanto no país, ainda que não se tenha como saber com certeza, é mais ou menos como perguntar quantas pessoas tocam violão", explica.<br />
<br />
Com o fim de debater sobre os métodos de aprendizagem e promoção desta língua, no mês passado foi realizado em Cuba o 95º Congresso Universal de Esperanto. Mais de mil pessoas de 60 apíses participaram de um encontro cuja primeiro edição se realizou em 1905 e que este ano tratou de demonstrar que "é uma língua sem fronteiras nas áreas da paz e da comunicação dos povos", segundo declarou neste encontro o presidente da Liga Internacional de Professores de Esperanto, Stefan MacGill.<br />
<br />
<b>O impulso da internet</b><br />
<br />
Entre os métodos de promoção se sobressai a divulgação virtual. Na atual sociedade global, a internet vem dando um empurrão no esperanto, que ganha força como uma possibilidade de facilitar a comunicação com o mundo, embora nem os mais otimistas considerem que ela possa se posicionar como uma alternativa ao inglês.<br />
<br />
"A internet proporcionou um 'boom' para o nosso idioma. Antigamente, nos anos 20, os esperantistas mantinham correspondência, mas as cartas levavam meses. Hoje temos meios como o correio eletrônico, os chats, Skype e redes sociais como Facebook, que fizeram com que muitas pessoas se interessassem pelo esperanto para se comunicar na rede", explicou Hernández.<br />
<br />
O esperanto também chegou à Wikipedia, a famosa enciclopédia virtual livre, que dispõe de uma versão neste idioma que já inclui mais de 132 mil artigos.<br />
<br />
O principal portal de aprendizagem virtual é o Lernu (lernu.net), um site gratuito criado em 2004 e que conta com mais de 89,3 mil usuários registrados, divididos por níveis - nulo, básico, médio e alto. Mas a internet é apenas uma das vias para aprender esperanto. As principais são os cursos presenciais ou por correio em associações, organizados pela Liga Internacional de Professores de Esperanto, e outra alternativa é aprender de forma autodidata.<br />
<br />
"Com outros idiomas isso não seria possível, mas com o esperanto pode ser feito por causa de suas regras simples", explica Antonio del Barrio, diretor da Fundação Esperanto, fundada em 1969 por Miguel Sancho Izquierdo e que trabalha de forma paralela à Federação Espanhola, encarregando-se das questões administrativas, pesquisas históricas e trabalhos editoriais.<br />
<br />
Essa estrutura simples a que se refere Del Barrio buscava permitir uma aprendizagem rápida por parte de pessoas com qualquer língua materna. Assim, o esperanto tem 16 regras gramaticais sem exceções, um alfabeto fônico que facilita a pronúncia, uma estrutura regular para suas terminações e uma base léxica formada por raízes do latim e de línguas indoeuropeias e germânicas.<br />
<br />
Às possibilidades comunicativas que o esperanto oferece se soma uma vantagem que vem ganhando relevância nos últimos anos, o "pasporta servo" (serviço passaporte), uma rede mundial na qual as pessoas inscritas oferecem alojamento gratuito, com o único requisito de que o hóspede seja um falante de esperanto.<br />
<br />
O serviço, que funciona desde 1974, pemite aos esperantistas viajar por todo o mundo de uma forma econômica e assim aproximar-se dos objetivos originais desta língua. "Há valores que incentivam a aprender esperanto, como o interesse por se comunicar com gente de outros países e conhecer outras culturas e isso reúne uma série de princípios éticos como o respeito aos demais", diz Pedro Hernández.<br />
<br />
<b>"Só uma língua ou também ideologia?"</b><br />
<br />
Esses valores estão assentados vagamente na doutrina filosófica que impulsionou Zamenhof, o homaranismo, um ideário pacifista que "pretendia basear as relações humanas em valores humanistas", explica Hernández.<br />
<br />
Mas os esperantistas esclarecem que não existe uma ideologia por trás da língua. "Há associações de esperantistas religiosas e ateias, de direita e de esquerda, de amigos dos gatos, homossexuais, ecologistas ou fãs de rádio. Afinal, a língua é um meio de comunicação e cada um a usa para as finalidades que bem entender", afirma o presidente da Federação Espanhola de Esperanto.<br />
<br />
Esta separação não esteve tão definida nas primeiras décadas do século XX, quando o esperanto se associava a movimentos anarquistas e operários. Isso fez com que a Espanha fosse um dos centros do esperantismo durante o período da República (1931 - 1936) mas sofresse pressões durante a ditadura de Franco, sobretudo nos primeiros anos, e seus falantes eram vistos com receio.<br />
<br />
"Durante o franquismo, houve pessoas que deixaram de falar o esperanto para não se meter em problemas, mas a situação na Espanha não foi muito radical, de fato, nos anos 60 havia simpatizantes do regime que o falavam. Na Alemanha de Hitler, por exemplo, o esperanto foi diretamente proibido e sob o regime de Stálin, na Rússia, se chegou inclusive a matar os esperantistas", cota Antonio del Barrio.<br />
<br />
Hoje, já sem pressões governamentais nem vinculações políticas ou ideológicas, o esperanto sobrevive entre os que o veem como a utopia com tinas humanistas do doutor Zamenhof e os que defendem, com dados na mão, que é uma língua viva com usos reais e que tem excelente saúde graças às possibilidade que agora lhe trazem o mundo virtual.<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;"> _____________. <b>Internet ajuda a popularizar linguagem "universal". </b>TERRA. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4624546-EI8266,00-Internet+ajuda+a+popularizar+linguagem+universal.html. Acesso em: 12/11/2011.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-74266226138750887082011-11-01T07:00:00.000-07:002011-11-01T07:00:43.093-07:00Internet melhora desempenho do cérebro, diz estudo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://mundoeducacao.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/c1612ff333e6b1d04ecfc3b74e336e06.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://mundoeducacao.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/c1612ff333e6b1d04ecfc3b74e336e06.jpg" /></a></div><div style="color: black; text-align: justify;">Um novo estudo norte-americano sugere que pessoas na meia-idade ou mais velhas aumentam o poder de seus cérebros com o uso da internet. Pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que a busca de dados pela rede estimula centros do cérebros que controlam a tomada de decisões e o raciocínio complexo.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
<br />
Segundo os cientistas, isso pode até ajudar no combate a mudanças fisiológicas relacionadas à idade que levam o cérebro a ficar mais lento. Com o envelhecimento, o cérebro passa por uma série de mudanças, incluindo o encolhimento e redução na atividade celular, o que pode ter um impacto no desempenho cerebral.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
<br />
Acreditava-se que atividades como palavras cruzadas ajudariam a manter o cérebro ativo e também a minimizar o impacto do envelhecimento. O novo estudo sugere que surfar pela internet também pode ser uma destas atividades.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
"Os resultados do estudo são encorajadores, as tecnologias que estão surgindo podem ter efeitos fisiológicos e benefícios potenciais para adultos de meia-idade ou mais velhos", diz o professor Gary Small, que liderou a pesquisa.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
<br />
"As buscas na internet envolvem uma complicada atividade cerebral, que pode ajudar a exercitar o cérebro e melhorar as funções cerebrais", acrescenta Small. O estudo foi publicado na revista "American Journal of Geriatric Psychiatry".</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
<br />
<b> Exames</b></div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
<br />
Os cientistas trabalharam com 24 voluntários com idades entre 55 e 76 anos. Metade era formada por usuários experientes da internet. Cada voluntário teve o cérebro examinado enquanto fazia buscas na internet e lia livros.</div><div style="color: black; text-align: justify;"><br />
<br />
Os dois tipos de tarefas deram provas de uma atividade significativa em regiões do cérebro que controlam linguagem, leitura, memória e habilidades visuais. No entanto, a busca na internet produziu atividade adicional em áreas separadas do cérebro, que controlam a tomada de decisões e raciocínios complexos, mas apenas nos voluntários que eram usuários experientes da internet.<br />
<br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Segundo os pesquisadores, comparando com a simples leitura, as múltiplas escolhas da internet exigem que as pessoas tomem decisões a respeito do que clicar para conseguir informações relevantes.<br />
<br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">Os cientistas sugeriram, porém, que os usuários inexperientes da rede não conseguiram compreender bem as estratégias necessárias para uma busca bem-sucedida. "Uma tarefa simples, cotidiana, como fazer buscas na internet, parece intensificar os circuitos cerebrais nos adultos mais velhos, demonstrando que nosso cérebro pode continuar a aprender à medida que envelhecemos", afirma Small.<br />
<br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">"Essas descobertas fascinantes se somam a pesquisas anteriores e sugerem que pessoas de meia-idade ou mais velhas podem reduzir o risco de sofrer de demência ao praticar regularmente atividades cerebrais estimulantes", diz Rebecca Wood, diretora-executiva da organização Alzheimers Research Trust.<br />
<br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">"Interação social freqüente, prática regular de exercícios e a manutenção de uma dieta balanceada também podem reduzir o risco de demência", acrescenta Wood.<br />
<br />
</div><div style="color: black; text-align: justify;">No entanto, para Susanne Sorensen, chefe de pesquisas da Alzheimers Society, "ainda há poucas evidências de que manter o cérebro ativo por meio de palavras cruzadas, jogos e outras atividades" pode reduzir o risco de demência. </div><div style="color: black; text-align: justify;"> </div><span style="font-size: xx-small;"> ________. <b>Internet melhora desempenho do cérebro, diz estudo. </b>BBC. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/noticias/27404/internet-melhora-desempenho-do-cerebro-diz-estudo. Acesso em: 01/11/2011.</span>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-51309542548960555722011-10-30T08:00:00.000-07:002011-10-30T08:00:04.372-07:00Psicopatas podem ser identificados pelas palavras que usam<div style="text-align: justify;">Um novo estudo realizado no Canadá descobriu que é possível saber quem é um psicopata por meio da análise das palavras. A forma de relatar o crime foi semelhante, segundo pesquisadores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
O estudo envolveu entrevistas com 52 assassinos, de um presídio de segurança máxima. Deste número, 14 eram psicopatas e 38 eram assassinos que não tiveram transtornos psiquiátricos. De acordo com os pesquisadores, foram encontradas diferenças claras entre os dois grupos.</div><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,57504750,00.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="199" src="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,57504750,00.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="descricao">Psicopatas tem mesmo discurso, aponta pesquisa.</div><div class="descricao">Crédito: Getty Images</div></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Os psicopatas descreviam suas ações no passado, sugerindo que os acontecimentos aconteceram havia muito tempo e que não tinham como impedir o ato. Os relatos eram recheados de detalhes, por exemplo, conseguiam se lembrar o que tinham comido na manhã do crime. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
Segundo o psicólogo Jeffrey Hancock, da Cornell University, principal autor do estudo, os psicopatas não hesitavam em falar das suas ações. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
“Eles são narcisistas o suficiente para falar, a qualquer momento, sobre si mesmos e ficam felizes com isso”, disse. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Os não-psicopatas estavam cientes dos efeitos dos crimes na sua família e nos familiares da vítima. Essa preocupação não existia entre os psicopatas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Para pesquisadores, o estudo mostrou que psicopatas funcionam em um estado primitivo, porém, racional. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;">__________. <b>Psicopatas podem ser identificados pelas palavras que usam.</b> Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI274512-17770,00-PSICOPATAS+PODEM+SER+IDENTIFICADOS+PELAS+PALAVRAS+QUE+USAM.html. Acesso em: 30/10/2011.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15047627531808509564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-39654085944558544312011-10-29T09:19:00.000-07:002011-10-29T09:20:44.629-07:00O preconceito linguístico deveria ser crime<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,33408559,00.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,33408559,00.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"> <span style="font-size: small;">Basta ser homem, estar em sociedade e estar rodeado de pessoas falantes que a língua - este sistema de comunicação inigualável - emerge. Ela se instaura e toma conta de todos nós, de nossos pensamentos, de nossos desejos e de nossas ações. Falar faz parte do nosso cotidiano, de nossa vida. A troca por meio das formas linguísticas é a nossa dádiva maior, nossa característica básica. É por meio de uma língua que o ser humano se individualiza, em um movimento contínuo de busca de identidade e de distinção. É isso, enfim, que nos torna humanos e nos diferencia de todos os outros animais. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span><br />
<span style="font-size: small;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: small;">Não existe homem sem língua. Mesmo as pessoas com deficiências diversas adotam um sistema de comunicação. Quem é surdo, por exemplo, usa a linguagem de sinais. Sendo assim, não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer variedade linguística diferente da nossa. Preconceito linguístico é o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala. O problema maior é que as variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito são, normalmente, as com características associadas a grupos de menos prestígio na escala social ou a comunidades da área rural ou do interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econômica e socialmente. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Então, há críticas negativas em relação, por exemplo, à falta de concordância verbal ou nominal (As coisa tá muito cara); ao "r" no lugar do "l" (Framengo); à presença do gerúndio no lugar do infinitivo (Eu vô tá verificano); ao "r" chamado de caipira, característico da fala de amplas áreas mineiras, paulistas, goianas, mato-grossenses e paranaenses - em franca expansão, embora sua extinção tenha sido prevista por linguistas. Depreciando-se a língua, deprecia-se o indivíduo, sua identidade, sua forma de ver o mundo. </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; color: black; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,33408579,00.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,33408579,00.jpg" width="320" /></a></span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O preconceito linguístico - o mais sutil de todos eles - atinge um dos mais nobres legados do homem, que é o domínio de uma língua. Exercer isso é retirar o direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social. Não quero dizer com isso que não temos o direito de gostar mais, ou menos, do falar de uma região ou de outra, do falar de um grupo social ou de outro. O que afirmo e até enfatizo é que ninguém tem o direito de humilhar o outro pela forma de falar. Ninguém tem o direito de exercer assédio linguístico. Ninguém tem o direito de causar constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A Constituição brasileira estabelece que "ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante''. Sendo assim, interpreto eu que qualquer pessoa que for vítima de preconceito linguístico pode buscar a lei maior da nação para se defender. Até porque, sob essa ótica, o preconceito linguístico se configura como um tratamento desumano e degradante - uma tortura moral. Se necessário for, poderíamos até propor uma lei específica contra esse tipo de preconceito, apenas para ficar mais claro que qualquer pessoa tem o direito de buscar a justiça quando for vítima de qualquer iniciativa contra o seu modo de se expressar. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Sei que muitos devem achar que isso é bobagem, que todos devem deixar de falar errado. Mas todo mundo tem direito de se expressar, sem constrangimento, na forma em que é senhor, em que tem fluência, em que é capaz de expressar seus sentimentos, de persuadir, de manifestar seus conhecimentos. Enfim, de falar a sua língua ou a sua variante dela. </span></div><div style="color: black;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="color: black;"></div><div style="color: black;"><span style="font-size: xx-small;">SCHERRE, Marta. <b>O preconceito linguístico deveria ser crime</b>. Revista Galileu. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI110515-17774,00-O+PRECONCEITO+LINGUISTICO+DEVERIA+SER+CRIME.html. Acesso em: 29/10/2011.</span></div><i><b></b></i>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15047627531808509564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-73966267754188408422011-10-25T19:04:00.000-07:002011-10-25T19:04:07.713-07:00GÍRIAS dos tempos de nossos avós<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.planetaeducacao.com.br/portal/imagens/artigos/gramatica/Senhora-idosa-com-um-livro-de-capa-verde-mostrando-a-menina-que-olha-atentamente1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.planetaeducacao.com.br/portal/imagens/artigos/gramatica/Senhora-idosa-com-um-livro-de-capa-verde-mostrando-a-menina-que-olha-atentamente1.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">Andar na moda é uma questão de “sobrevivência social” para muitos de nossos alunos. De alguma forma, já é de conhecimento deles que na língua também há formas de falar que são consideradas absolutamente inadequadas para quem deseja passar uma imagem de jovialidade e ganhar o respeito em meio a um grupo de colegas na escola, por exemplo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Tendo este conhecimento como base, o professor poderá explicar para os alunos as mudanças sofridas pela língua durante os anos. A língua é viva e, como tudo o que é vivo, sofre mudanças no decorrer do tempo.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao ensinar sobre as mudanças ocorridas no vocabulário e em algumas expressões que devem ou não ser empregadas em determinados ambientes, o professor tem a chance de diminuir a resistência aos estudos que o aluno normalmente tem.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Isto porque pode ser evidenciado que é necessário documentar a língua, de modo que futuras gerações possam conseguir estudar nosso tempo e, também, para a manutenção de conhecimentos e experiências que com o tempo e as inovações poderão ser aperfeiçoadas. Sem uma padronização da língua, tudo isso pode sofrer ônus.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Explique que mesmo havendo diferenças regionais, as quais são todas corretas e dignas de respeito e de admiração como variante de uma mesma língua, é preciso algum tipo de padronização da forma de se falar e escrever, de forma que o que se fala em São Paulo possa ser compreendido no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul etc.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Através de explicações semelhantes a essas, o aluno pode entender um pouco da lógica de se estudar tantas regras na língua portuguesa. Para se ter noção da dimensão do mundo linguístico, apresente aos seus alunos alguns exemplos de expressões que em alguns determinados momentos já foram muito utilizadas.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Observe abaixo, uma lista com 50 gírias e à frente de cada uma o seu significado. Esta lista foi extraída do site “Só Português” (<a href="http://www.soportugues.com.br/secoes/curiosidades/girias_antigas.php">http://www.soportugues.com.br/secoes/curiosidades/girias_antigas.php</a>):<br />
<br />
À beça ― Pra caramba.<br />
<br />
Bacana ― Bom, bonito.<br />
<br />
Barato ― Excelente.<br />
<br />
Barra limpa ― Fora de perigo.<br />
<br />
Batuta ― Algo ou alguém legal.<br />
<br />
Beca ― Roupa elegante.<br />
<br />
Bicho ― Amigo.<br />
<br />
Boa pinta ― Pessoa de boa aparência.<br />
<br />
Bode ― Confusão.<br />
<br />
Borocoxô ― Tristinho.<br />
<br />
Botar pra quebrar ― Causar, acontecer.<br />
<br />
Broto ― Mulher jovem e atraente. <br />
<br />
Bulhufas ― Absolutamente nada.<br />
<br />
Cafona ― Fora de moda.<br />
<br />
Carango ― Carro.<br />
<br />
Careta ― Pessoa conservadora.<br />
<br />
Chapa ― Amigo.<br />
<br />
Chato de galocha ― Pessoa muito irritante.<br />
<br />
Chocante ― Legal.<br />
<br />
Dançou! ― Perdeu!<br />
<br />
Dar no pé ― Ir embora.<br />
<br />
De lascar ― Situação complicada, difícil. <br />
<br />
Do arco da velha ― Algo antiquado.<br />
<br />
Dondoca ― Mulher da alta sociedade.<br />
<br />
É fogo! ― É difícil!<br />
<br />
Estourar a boca do balão ― Arrasar, extrapolar.<br />
<br />
Fichinha ― Algo fácil.<br />
<br />
Gamado ― Apaixonado.<br />
<br />
Grilado ― Preocupado.<br />
<br />
Ir na onda ― Acompanhar.<br />
<br />
Joia ― Legal.<br />
<br />
Pão ― Homem bonito.<br />
<br />
Patavinas ― Absolutamente nada.<br />
<br />
Patota ― Turma, galera.<br />
<br />
Pé de valsa ― Indivíduo que dança bem.<br />
<br />
Pega leve! ― Devagar!<br />
<br />
Pindaíba ― Sem dinheiro.<br />
<br />
Pintar ― Aparecer.<br />
<br />
Pode crer! Acredite!<br />
<br />
Pombas! ― Expressão que denota surpresa ou indignação.<br />
<br />
Pra frente ― Moderno.<br />
<br />
Quadrado ― Conservador.<br />
<br />
Sacou? ― Entendeu?<br />
<br />
Serelepe ― Alegre.<br />
<br />
Supimpa pra dedéu ― Algo muito legal.<br />
<br />
Transado ― Com visual bonito, moderno.<br />
<br />
Traquinas ― Criança aprontona.<br />
<br />
Tutu ― Dinheiro.<br />
<br />
Um estouro! ― Algo grandioso.<br />
<br />
Chuchu beleza! ― Tudo bem!<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Somente por meio desta lista já podemos ter noção da flexibilidade de nossa língua-materna. Ao trabalhar este assunto, o professor pode solicitar auxílio de seus alunos para atribuírem o significado ou as variantes de significado de cada expressão. O professor também pode sugerir que seus alunos façam uma pesquisa com seus avós, pais e familiares e conhecidos mais velhos, de maneira a eles próprios elaborarem uma lista de modificações que muitas expressões sofreram com o passar dos anos. Vale a pena investir neste assunto!<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;">BUENO, Érika de Souza. <b>Gírias dos tempos de nossos avós.</b> Planeta Educação. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1827. Acesso em: 26/10/2011.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15238612397928529471noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-5533778381274740282011-10-19T08:00:00.000-07:002011-10-19T08:00:04.993-07:00Quando a boca mente, mas o corpo fala.<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"> </span></span><span style="font-family: Verdana; font-size: small;"><b>Linguagem Corporal</b></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"> </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Certamente nada é mais cotidiano do que mentir, e por outro lado, poucas coisas são tão mal vistas. Mas todos mentimos, não é mesmo? </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Em quais situações você avalia que temos uma mentira? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;"><b>Como reconhecer a linguagem corporal da mentira</b></span> <br />
<br />
<br />
<br />
<table bgcolor="gray" cellspacing="1" style="width: 570px;"><tbody>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;"><b>Corpo</b></div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Normalmente o "mentiroso" tende a se retrair ao contar uma mentira, encolhendo braços, pernas e ocupando "pouco espaço". </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;"><b>Olhos</b></div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Normalmente o "mentiroso" evita contato visual com o interlocutor. Entretanto algumas vezes as pessoas podem fazer isso para lembrar-se de um fato. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;"><b>Rosto</b></div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">- Muitas vezes as pessoas usam as mãos para esconder o rosto, cobrindo a boca ou coçando o nariz ao falar. <br />
- Os movimentos faciais do mentiroso limitam-se a região da boca e não envolvem todo o rosto. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;"><b>Linguagem Verbal</b></div></td> <td bgcolor="ffffff"><div align="Justify" style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">- Aqueles que mentem tendem a colocar pouca ênfase no que estão dizendo, diminuindo a expressividade e a oratória. <br />
- Muitas vezes o mentiroso coloca detalhes na história afim de torná-la convincente, e especialmente porque os silêncios são incômodos para quem está mentindo. <br />
- As mentiras soaram mais naturais se não forem ditas, mas ficarem implícitas na conversa. Se a pessoa não faz uma afirmação, mas a induz, há uma chance que essa conclusão seja falsa. <br />
- O mentiroso tende a usar suas palavras ao responder suas perguntas, por exemplo ao ser perguntado se "Você quebrou o Jarro da sala?" A resposta seria: "Não, não quebrei o jarro da sala". </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;"><b>Emoção</b></div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">- As demonstrações de emoção são mais prolongadas ou curtas que o normal, normalmente há mudanças bruscas de humor. <br />
- Tempos errados entre gestos e falas, por exemplo quando alguém sorri após uma dizer que adorou o presente, mas a um lapso entre o sorriso e a sentença. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;"></div><div style="margin-left: 5px;"><b>Assunto</b></div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">- O mentiroso exibira certo relaxamento se mudarmos de assunto subitamente, uma pessoa dizendo a verdade tende a responder ficando um pouco mais tensa, pois pode não compreender a mudança. <br />
- Responder com humor ou sarcasmo muitas vezes mascara um assunto incomodo. </div></td> </tr>
</tbody></table><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Lembre-se que esta tabela é apenas indicativa,o contexto é o elemento principal e não devemos avaliar as pessoas por apenas poucos destes sinais. <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">________. <b>Quando a boca mente, mas o corpo fala. </b>Linguagem Corporal. Disponível em: http://linguagemcorporal.com.br/mentira_corporal.php. Acesso em: 19/10/2011.</span>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15047627531808509564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-32349535204752929742011-10-17T08:00:00.000-07:002011-10-17T08:00:04.271-07:00O corpo também comunica, aprenda a ler suas mensagens. Decifre pessoas.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">A linguagem corporal é uma ferramenta de comunicação, sendo assim, se você consegue entender o que o corpo tem a dizer, conseguirá entender melhor o que os outros estão dizendo, e também transmitir melhor a sua mensagem. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Na verdade, devemos tomar muito cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Oliver Sacks, em seu livro sobre surdos, comenta sobre como estes, ao assistir um programa de televisão com a presença de políticos, riam ininterruptamente da incapacidade de mentir que os "corpos" tinham. A linguagem corporal era uma grande delatora das mentiras que estes contavam. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Aqui vemos um exemplo simples. O presidente Clinton nega repetidas vezes que tenha tido relações com Monica, mas ele procura a todo o momento esconder a boca enquanto fala, ou manter as mãos entrelaçadas, sinais de que tem algo a esconder. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Examine as imagens abaixo, você consegue dizer quais os sinais de que há algo errado com a linguagem corporal? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://linguagemcorporal.com.br/images/clinton.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://linguagemcorporal.com.br/images/clinton.JPG" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
<div style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: center;"><span style="font-size: 15px; font-weight: bold;">Exemplos de Linguagem Corporal </span></div><div align="Justify"><br />
Atenção, lembre-se que esses são apenas indícios, e a linguagem corporal deve ser sempre interpretada dentro do contexto comunicativo. </div><div align="Justify"><br />
<br />
<table bgcolor="gray" border="0" cellspacing="1" style="width: 570px;"><tbody>
<tr> <td bgcolor="ffffff" width="200"><div align="center"><b>Comportamento não verbal</b> </div></td> <td bgcolor="ffffff"><div align="center"><b>Possíveis Interpretações</b> </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Movimentação rápida, andar ereto</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Confiança </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Parar com as mãos na cintura</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Incompreensão, agressividade </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Sentar com pernas cruzadas e pequenos <br />
chutes no ar.</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div align="Justify" style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Cansaço, aborrecimento </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Sentar com as pernas abertas</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Abertura, relaxamento </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Braços cruzados no peito</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Defensiva </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Andar com as mãos nos bolsos, olhando <br />
para baixo</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Falta de entusiasmo, desmotivado. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Mãos nas maças do rosto</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Avaliação, pensamento. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Coçar o nariz, tocar o nariz ao falar.</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Dúvida, mentira. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Esfregar os olhos</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Descrença, Dúvida, mentira </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Mãos fechadas atrás das costas</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Frustração, ódio. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Tornozelos fechados</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Apreensão </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Apoiar a cabeça nas mãos, olhar para baixo <br />
longamente</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Aborrecimento </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Esfregar as mãos</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Antecipação, ansiedade </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Sentar com as mãos para trás da cabeça e <br />
de pernas cruzadas</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Confiança, Superioridade </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Mãos abertas, palmas para cima.</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Sinceridade, inocência, abertura </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Coçar a ponta do nariz, olhos fechados</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Avaliação negativa </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Batucar com os dedos, olhar o relógio.</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Impaciência. </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Estalar os dedos</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Autoridade </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">alisar o cabelo</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">insegurança </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Inclinar/ Virar a cabeça na direção...</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Interesse </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">coçar o queixo</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Pensando </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Desviar o olhar</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Desconfiança </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Roer unhas</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Ansiedade, insegurança </div></td> </tr>
<tr> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px;">Puxar ou coçar a orelha</div></td> <td bgcolor="ffffff"><div style="margin-left: 5px; margin-right: 5px;">Indecisão </div></td> </tr>
</tbody></table></div><div align="Justify"><br />
</div><div align="Justify"><br />
</div><div align="Justify"><span style="font-size: xx-small;">___________. <b>O corpo também comunica, aprenda a ler suas mensagens</b>. Decifre pessoas. Linguagem Corporal. Disponível em: http://linguagemcorporal.com.br/index.php. Acesso em: 17/10/2011.</span></div></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15047627531808509564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2658025774324262685.post-2769594422755211342011-10-15T10:40:00.000-07:002011-10-15T10:42:08.936-07:00Dicionário do sexo: aprenda o significado de gírias sexuais<div style="text-align: center;">Você sabe o significado de todas as gírias sexuais? Desvendamos o que as mais comuns querem dizer para você se tornar uma doutora do sexo.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.sosnoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/casal-na-cama-10390.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="161" src="http://www.sosnoticias.com.br/wp-content/uploads/2011/06/casal-na-cama-10390.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="wp-caption-text">Conheça o significado de algumas gírias sexuais<br />
Foto: Thinkstock</div></td></tr>
</tbody></table><b>Beijo grego</b><br />
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<div style="text-align: justify;">Nome popular da anilíngua (ou anilingus), refere-se à ação de lamber e beijar o ânus do parceiro. Essa ousada carícia vale para homens e mulheres. Isso pode ser superexcitante para ele, mas, como qualquer movimentação no lado B do rapaz pode ser tabu, descubra qual é a opinião do seu parceiro antes de ousar.</div><div style="text-align: justify;"></div><b>Consolo</b><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
Também conhecido como Dildo, é uma prótese no formato de pênis – que pode ou não ser vibratória. O brinquedinho tanto apimenta a relação a dois como é ótima companhia para sua masturbação.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Bondage</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
Muita gente tem a fantasia de amarrar os braços do parceiro na cama durante a transa. Para, por exemplo, torturar de prazer com uma sessão de sexo oral. O que poucos sabem é que a “tara” de imobilizar o outro se chama bondage. Pode usar cordas, panos ou fitas adesivas para a prática.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>DP</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
Sigla para dupla penetração, vaginal e anal. É possível fazer isso com um vibrador durante a relação sexual ou em sexo grupal. A prática pode ser muito prazerosa, desde que com uso de lubrificante.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Espanhola</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
É uma forma de relação sexual sem penetração, na qual você usa seus seios para masturbar o parceiro. O estímulo pode ser tanto do movimento de vaivém do pênis preso entre os seios quanto por sexo oral, usando os seios como apoio para o pênis.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>69</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
É a posição que permite sexo oral mútuo. Para praticá-la de forma mais confortável, coloque um travesseiro por baixo do bumbum do moço, deitado de barriga para cima, e outro embaixo do pescoço. Peça para o bonitão dobrar os joelhos. Agora é só se posicionar com a cabeça na direção dos pés do gato para dar e ter muito prazer!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Fetiche</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
É a excitação sexual por meio de um objeto ou determinada parte do corpo, como a tara por pés, por roupas de couro ou até por uniformes (bombeiro, policial…). Aproveite esses fetiches para apimentar a noite. Converse com o gato sobre suas fantasias e realize algumas delas, sem que isso seja uma obrigação. Ele, com certeza, vai querer retribuir o favor!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Roleplay</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
Termo em inglês que se refere ao uso de histórias durante o sexo. Aqui cabem todas as fantasias com situações específicas como brincar de chefe e secretária, professor e aluna, médica e paciente…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Ménage à trois</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
É a relação sexual entre três pessoas. Essa brincadeira pode ser prazerosa, mas pode causar problemas (insegurança, ciúme) ao relacionamento. Se quiser experimentar, converse bastante com seu parceiro antes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Sadomasoquismo</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
É a junção de duas tendências complementares: o sadismo (excitação com o sofrimento do outro) e o masoquismo (prazer sexual em sentir dor). A excitação não vem necessariamente da sensação física de dor, mas da submissão. Se você curte bancar a dominadora na cama, experimente usar acessórios como chicotinho, venda e algema para esquentar ainda mais a brincadeira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Swing</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
Nome dado à troca de casais. Geralmente a prática ocorre em lugares próprios para isso, como casas ou clubes de swing, onde tudo é permitido, mas nada é obrigatório.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: xx-small;">__________. <b>Dicionário do sexo: aprenda o significado de gírias sexuais. </b>VIVAMais. Disponível em: http://www.sosnoticias.com.br/2011/06/dicionario-do-sexo-aprenda-o-significado-de-girias-sexuais. Acesso em: 15/10/2011.</span></div>Diego Lucashttp://www.blogger.com/profile/15047627531808509564noreply@blogger.com0